Terminaram os bloqueios nas refinarias
Todos os bloqueios a refinarias em França já foram levantados. Os manifestantes impediram o normal funcionamento como forma de protesto contra as novas leis laborais no país. O porta-voz do secretário de Estado dos Transportes anunciou ainda que apenas se mantém uma greve em Gargenville, escreve o Le Parisien.
Em algumas refinarias o braço de ferro já durava há mais de uma semana. Foi o caso de Donges, cujo bloqueio chegou a ser reforçado durante a manhã, mas após conversações com a polícia, foi levantado. Um dos grevistas referiu, segundo o mesmo jornal francês, que ninguém estava ali para entrar em confrontos.
A greve e as manifestações, que se tem sucedido nos últimos dias, foram convocadas como forma de protesto contra a novas leis laborais em França, pedindo-se ainda a demissão do primeiro-ministro Manuel Valls.
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A reforma laboral, que tem gerado polémica em França, facilita os despedimentos por motivos económicos - como prejuízos ou descida de faturação - e diminuem os máximos de indemnização por despedimento - 15 meses. Os protestos, que duram há oito dias, têm originado greves, bloqueios, falhas nos transportes e problemas de abastecimento de eletricidade e combustíveis.
Apesar dos protestos, que muitas vezes têm acabado em violência, o Presidente François Hollande reiterou a vontade de avançar com a reforma laboral e defendeu manter "a filosofia" do texto: "Mantenho a minha posição porque penso que é uma boa reforma e que devemos avançar para a sua adoção."
Perante os protestos, a prioridade do Eliseu é "fazer os possíveis para garantir o fornecimento de combustível aos consumidores, garantir os serviços públicos essenciais, permitir o transporte de todos e o bom funcionamento da economia", acrescentou Hollande.
"Tomámos todas as medidas necessárias e vamos continuar a fazê-lo, sempre dentro do respeito às liberdades, mas também é preciso ter em conta a importância da liberdade de circulação", destacou o Presidente francês. Acrescentou ainda que existe a possibilidade de discutir com os parceiros sociais durante o processo legislativo da reforma, embora os sindicatos tenham feito um apelo para intensificar as mobilizações.
À semelhança do primeiro-ministro francês, Manuel Valls, na véspera, Hollande referiu que pretende manter o segundo artigo da proposta de reforma laboral que visa dar prioridade aos acordos que se negoceiem nas empresas sobre os acordos coletivos. "Este ponto e a filosofia essencial do texto devem ser mantidos", afirmou, salientando que se trata de uma reforma "de caráter progressista".