Teresa Guilherme e Nuno Eiró: Porque o Natal é quando e onde eles querem

Os dois apresentadores da TVI vestiram-se a rigor e andaram pelas ruas de Lisboa a distribuir presentes de Natal. Houve quem não acreditasse que eram eles, quem os agarrasse para tirar fotografias e houve até quem lhes perguntasse quanto custavam os presentes. Uma tarde em cheio... com muitas surpresas no saco do Pai Natal
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"É a Teresa Guilherme, é a Teresa Guilherme vestida de Mãe Natal", gritam várias adolescentes ao verem a apresentadora da Casa dos Segredos 5, TVI, e correm na sua direção. Teresa Guilherme recebe-as com um sorriso ao mesmo tempo que abre o saco dos presentes. "Também está aqui o (Nuno) Eiró." "Que bom, costumo vê-los na televisão", dizem com o mesmo entusiasmo. Do saco, a apresentadora tira um livro, vários CD e DVD e começa a distribuir. Teresa Guilherme e Nuno Eiró aceitaram ser pais natais por uma tarde e distribuir presentes a todas as pessoas que passavam por eles. Fosse no Chiado, ou noutra praça conhecida de Lisboa, ninguém lhes ficou indiferente... nem de mãos a abanar. Um Natal antecipado, com um sabor diferente... mas muito divertido, não estivéssemos a falar de Teresa Guilherme e de Nuno Eiró.

"Quis ir para a rua dar prendas, não pelo presente em si, mas pela cara das pessoas ao receberem. Elas nem queriam acreditar. Pensavam que era só para a fotografia e que não era para levar os presentes. Ter vindo para a rua dar presentes foi mesmo para surpreender as pessoas", começou por dizer Teresa Guilherme.

Nuno Eiró, ao seu lado, vai brincando e respondendo às muitas perguntas que vão sendo feitas por quem o aborda. "Adoro dar presentes. Ver o brilho nos olhos das pessoas, a expectativa de saberem o que está lá dentro. Mesmo quando compro para os meus, não compro presentes só porque sim. Compro porque gosto e porque sei que a pessoa vai gostar. Não o faço ao acaso", conta o apresentador do Sábado Especial, no mesmo canal.

Entre um presente e outro, há quem peça mais uma fotografia. Os dois brincam, fazem caretas e sorriem para a câmara. Estão em casa. "As pessoas são muito simpáticas comigo. O meu público são as mulheres mais novas, miúdas e miúdos também. Sempre tive uma proximidade muito grande com os adolescentes de 12, 14 ou 15 anos. Isto tem muito que ver com o programa Casa dos Segredos. Param muito para conversar, para fazer perguntas da Casa, é muito engraçado", frisa a apresentadora da TVI, ao mesmo tempo que vai buscar um cartuxo de castanhas. Nuno Eiró fica com o saco dos presentes na mão. Um casal aproxima-se e pede mais uma fotografia. O apresentador abraça-os e sorriem os três para a câmara. Seguem-seos beijinhos e a entrega dos presentes. "Quanto é?", pergunta a Maria de Almeida, 53 anos, de Linda-a-Velha. Nuno Eiró ri-se. "É de borla, minha senhora, estes são de borla, sou eu que estou a dar. Não custam nada. São presentes de Natal para si, olhe ponha debaixo da árvore de Natal", responde ele, despedindo-se de seguida.

Teresa Guilherme, que assistiu a tudo ao lado da vendedora de castanhas, aproxima-se de sorriso rasgado. "Eles estão habituados a que as pessoas conhecidas estejam associadas a causas solidárias, ainda para mais nesta altura do ano, porque quando marcam alguma coisa nesse sentido, nós estamos lá, damos a cara. É natural que quando nos veem na rua com alguma coisa na mão também achem que estamos a vender para dar a uma instituição", afirma a apresentadora de televisão, para acrescentar logo de seguida: "As pessoas são muito carinhosas, são sempre. Por exemplo, a senhora das castanhas deu-me castanhas, há sempre uma atenção qualquer."

Os dois apresentadores voltam a passear pelas ruas de Lisboa. Mas não demora muito tempo até voltarem a ser abordados. "Quem é que vai ganhar a Casa dos Segredos?, pergunta Marisa Nunes, uma adolescente de 16 anos. E, sem deixar que Teresa Guilherme e Nuno Eiró se pronunciem, responde ela mesmo. "Eu gostava que fosse o Bruno, é o meu preferido, é tão lindo." Uma outra adolescente, que vinha no mesmo grupo, contrapõe, ao mesmo tempo que olha para a apresentadora: "Ele não, envolveu-se com a Elisabete com a Flávia lá dentro. Eu gostava que ganhasse o Pedro ou a Cristiana, são os mais engraçados." Teresa Guilherme, com a sua habitual descontração, apenas diz: "Têm de ver o programa no dia 31, só nesse dia é que se vai saber. Já não falta muito. Eu não faço prognósticos", avisa ela ao mesmo tempo que lhe dá um beijinho e um pequeno abraço.

Marisa aproveita para tirar uma fotografia e os dois apresentadores não a deixam ir embora sem um presente. "Quero antes um CD, pode ser? É para dar à minha mãe, já resolvi um problema, tenho aqui uma solução para a árvore de Natal", diz, bem-disposta, à medida que vai embora. "As pessoas são muito simpáticas. Quando cheguei aqui ao Chiado, estava uma senhora na esplanada que me abordou, tirámos fotos e ficámos um bocadinho à conversa enquanto a Teresa não chegava... A comunidade emigrante é extraordinária, não desfazendo de todos os outros. Este é o melhor retorno que podemos ter do nosso trabalho, não é o pagamento", sublinha Nuno Eiró.

Enquanto o apresentador vai conversando com mais algumas fãs, há um cão que desperta a atenção de Teresa Guilherme. Vai ao seu encontro e agacha-se. "Pode dar-lhe castanhas, ele gosta e eu já não lhe dou há muito tempo", diz a vendedora. A apresentadora concorda, faz uma festa ao cão e dá-lhe uma castanha assada.

Foram largos minutos de pura diversão e de magia natalícia. Quem os viu de saco às costas e de gorro na cabeça nem queria acreditar, mas depressa vieram os beijinhos, os abraços e os presentes... "Foi muito engraçado", afiança Teresa Guilherme à Notícias TV.

Natal em casa de Teresa Guilherme e de Nuno Eiró

Ao contrário de muitas famílias em todo o mundo, Teresa Guilherme passa um Natal que foge um pouco ao tradicional. A apresentadora junta-se com amigos em sua casa na noite de 24, e só no dia 25 é que vai almoçar a casa da mãe... mas não fica lá por muito tempo. O trabalho assim a obriga. "No dia 25 vou almoçar a casa da minha mãe, com a família, os tios... É o almoço da minha mãe, é ela que faz tudo. Seremos sete a oito pessoas. Desta vez não posso ficar até muito tarde, tenho programa em direto para a Casa (ver caixa), é o dia em que lá vão as mães", adianta. Para a seguir prosseguir: "O dia 24 é para estar a escrever o programa de dia 25. Mas nesse dia gosto de ir aos centros comerciais, não é para ir às compras, isso não. É engraçado encontrar pessoas nesse dia. E à noite jantamos em minha casa. Mas é mais uma festa de amigos."

Já Nuno Eiró vive o Natal como se fosse uma criança e três semanas antes do dia em que se celebra o nascimento de Jesus Cristo já tem tudo organizado. "Fazemos sempre na casa de praia que tenho em Santa Cruz. Não somos muitos, somos, normalmente, quatro pessoas, mas parece que somos 18 e que vamos durante um mês. Levamos sempre o carro carregado. As sobremesas ficam por minha conta, há uma pastelaria em Alcobaça que tem doces conventuais deliciosos, e vou lá sempre no dia 23 há anos", conta. Na sua mesa, não falta o bolo-rei, o bacalhau, rabanadas com doce de ovos e à meia-noite fazem a troca de presentes. "Mas só damos por encerrada a sessão lá para as quatro da manhã. Não sei o que fazemos até essa hora, mas nem damos por ela ", brinca. Eiró conta que participa em toda a organização da festa, menos no que toca à parte de ir para a cozinha. Cozinhar não é com ele. "A minha irmã é uma cozinheira extraordinária. Eu lavo a loiça, sou um ótimo ajudante de cozinha, mas só isso. Toda a parte de decoração da mesa, da casa, sou eu que faço, mas o resto...", diz com o seu ar brincalhão, franzindo o sobrolho.

Também Teresa Guilherme não liga os bicos do fogão para fazer a ceia de Natal. "Não sei cozinhar. Mas às vezes fazemos assim umas habilidades... houve uma vez que mandámos vir comida indiana, andava apaixonada por essas iguarias e pronto. Para mim, o Natal oficial é em casa da minha mãe. Na minha é mais uma festa entre amigos. Mas este ano vamos fazer o Natal mais clássico, o jantar será bacalhau. Serão os meus amigos a cozinhar lá em casa, claro. Eu também compro uma quantidade de coisas, como é normal, mas os doces já vão feitos. Primeiro é a farra da cozinha, e depois vamos jantar. É nesta noite que trocamos os presentes entre nós", explica.

Imbuída pelo espírito natalício, a apresentadora recorda um Natal quando tinha sete anos. "Quando era pequena, lembro--me de ter recebido um bebé chorão, daqueles que tinham a cabeça, as mãos e os pés rijos e o corpo de esponja. Havia brancos e negros, e eu impliquei que queria um negro. Era uma graça, tive-o até há bem pouco tempo, mas com a mudança de casa deixei de saber dele, com muita pena minha, porque eu adoro aquele boneco. Foi a minha mãe ou a minha avó que me deram. Lembro-me de que naquele Natal só queria aquele boneco. Aliás, se não o tivesse acho que morria", ri-se. Hoje em dia, Teresa já não pede nada ao Pai Natal e admite que o melhor presente que pode receber são cartões. "Não gosto de grandes presentes, acho que o que se oferece deve ter graça e ser surpreendente. Gosto de cartões de Natal, e de receber umas pantufas ou um pijama, um livro, um CD ou um DVD. Gosto de dar presentes, mas prefiro fazer surpresas", diz, exemplificando: "Alguém diz que gostava de ter algo e, sem que ninguém perceba, depois apareço com isso. Para mim o Natal é mais uma altura para termos o pretexto de dizer às pessoas que gostamos delas. Normalmente nunca dizemos. Acho que os afetos ficam organizados no Natal. Por isso é que eu gosto dos cartõezinhos, de ler o que as pessoas me escrevem", vinca.

Nuno Eiró garante que a "melhor prenda" que pode "receber são livros". E até tem um autor preferido. "Estou viciadíssimo em Ken Follett. Às vezes vou deixando pistas do que quero, mas nem sempre. Tenho uma ótima tolerância à ansiedadee à curiosidade. Sou capaz de ter os meus presentes na árvore durante semanase nem vou lá ver, não quero saber o que é. Isto para não estragar o momento de quando as abro", afirma. Contudo, quando se fala nos presentes que oferece o discurso muda de figura. "Com os outros soutortuoso, já comecei a fazer telefonemasà minha irmã e a alguns amigos a dizer que tenho uma coisa muita gira. Vou fazendo esta tortura psicológica, quase um bullying natalício durante três semanas."

Relação e cumplicidade dos dois podia dar em casamento

Os dois apresentadores conhecem-se há largos anos e rapidamente a amizade cresceu. "A minha relação com a Teresa começa na SIC, em 2006. Na primeira vez que a entrevistei, estava eu a fazer o Êxtase, ela deu-me 18 minutos de entrevista com a equipa do programa toda a assistir. No final perguntei-lhe se tinha corrido bem. E ela disse-me que sim, mas quando perdesse o medo dela corria muito melhor", conta o apresentador, para a seguir acrescentar: "Claro que nas vezes seguintes entrevistei-a a fingir que não estava nervoso", recorda bem-disposto. Teresa Guilherme não se lembra deste episódio mas garante: "Somos amigos e não é por causa da televisão, se um ou outro não trabalhasse neste meio, seríamos amigos na mesma. Temos imensos amigos em comum."

Nuno Eiró não tem dúvidas. "Caí-lheno goto. Trabalhei com ela enquanto produtora e ela é duríssima. Sabe exatamente o que está a dizer e a fazer, pode ser mais incisiva na forma de falar, mas aprende-se imenso com ela. Agora a relação que temos acaba por ser mais de carinho, rimo-nos muito, divertimo-nos seja num café em que estejamos seja num trabalho que façamos", frisa. Aliás, Nuno Eiró faz questão de dizer: "Só por ela é que vim para as ruas de Lisboa oferecer presentes, vinha até de rena porque com ela é tudo mais fácil. Gosto mesmo dela, temos uma interação muito própria, que se nota também nas entrevistas que fazemos. ATeresa quando permite, permite, e ela permite-me. Acho que tem consideração por mim profissionalmente, tambémporque há amizade, mas especialmente pela parte profissional. Para a Teresa gostar de uma pessoa, não significa respeitá--la profissionalmente, ou vice-versa", afirma.

Teresa Guilherme confirma que o admira profissionalmente e retribui o elogio. "Eu gosto dele e ele gosta de mim. Não há uma explicação. Gosto do sentido de humor dele, do estilo, é muito original na forma como apresenta e criou um estilo que várias outras pessoas também já seguiram. Divertimo-nos imenso os dois, o nosso lado infantil vem à tona", afiança a rainha dos reality shows.

A cumplicidade é tal que os dois partilham um curso no Centro de Formação Televisão: Atrás e à frente das câmaras. "Acho que ele é um ótimo professor. Temos os dois um estilo diferente. Eu tenho muitos convites para dar aulas e não consigo aceitá-los a todos. E depois fico com pena. Por isso decidi sugerir o nome do Nuno. Nós já tínhamos partilhado cursos, não é o primeiro", explica Teresa Guilherme. Nuno Eiró quase que a interrompe:"A minha entrada neste curso acontece precisamente porque a Teresa me pede para a substituir dois dias. Somos complementares, a Teresa tem uma parte muito prática, porque nestes cursos não há teoria nenhuma. Há uma parte de oralidade que é feita pela Teresa, também pela sua experiência. Fui assistir a uma aula dela, antes de partilhar o curso. E posso dizer que na primeira hora os alunos estão completamente vidrados nela e, à medida que se vão soltando, aparecem as questões. Os alunos dizem que ela é a polícia má e que eu sou o polícia bom. Ela destrói vícios, ideais, logo na primeira aula, o que pode ser muito cru, mas a longo prazo não é bem assim. Cabe-me a mim ir levantar a coisa", conta o apresentador.

A cumplicidade é tal, que Eiró atira: "Podíamos casar, somos do mesmo signo, do mesmo ascendente e também temos o mesmo número em numerologia. Passamos imenso tempo juntos. Quando não passamos, mandamos mensagens", sublinha.

Projetos em separado

Mas se os dois trabalham juntos em televisão e como professores, cada um tem os seus projetos individuais.

Teresa Guilherme, depois de se despedir de 2014 em direto da Venda do Pinheiro com o programa Casa dos Segredos 5, e apresentar o Desafio Final do mesmo formato durante três semanas, vai subir ao palco. "Vou fazer teatro, uma peça que já queria fazer há muito, muito tempo. Já tenho nome, estou em reuniões para avançarmos com a peça e deverá estrear-se em março. Mas a seu tempo se saberá, ainda é cedo para falar nisso. Para já o meu foco é no programa", avisa.

Já Nuno Eiró, que continua como repórter do Somos Portugal, ao domingo à tarde, e como apresentador do Sábado Especial, ao lado da apresentadora Isabel Silva, pretende terminar o mestrado que frequenta no curso de Comunicação Social, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. "Os meus projetos passam mais por fora da televisão, que é o que me interessa mais neste momento. Tenho um projeto de ensino, que passa precisamente por tentar mudar um bocadinho o ensino e torná-lo mais prático. É uma coisa que gosto muito de fazer. Em 2015 vou ter de acabar a minha tese, na Católica. A ideia é chegar ao doutoramento. Em televisão, acho que não há espaço para grandes sonhos, estou a trabalhar em dois projetos, quero fazer que corram o melhor possível, e como também não depende de mim, não vale a pena muita expectativa", termina o apresentador, despedindo-se, tal como Teresa Guilherme, com um: "Feliz Natal a todos e um ótimo Ano Novo."

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