Tensão em Paris: 227 detidos mas menos coletes amarelos

Desde cedo que a capital está paralisada, com estações de metro fechadas e pontes cortadas ao tráfego. Manifestantes estão impedidos de chegar perto de Notre-Dame.
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Cerca de 9000 coletes amarelos saíram este sábado às ruas de Paris para se manifestarem, embora sejam 27 900 em toda a França. O dia começou calmo, mas a tarde tem sido marcada por momentos de tensão, dos quais resultaram já cerca de duas centenas de detidos, bem como caixotes do lixo e veículos incendiados, adianta o jornal francês Le Figaro. Este é o 23º sábado consecutivo em que os coletes amarelos protestam, desde novembro, contra o governo de Emmanuel Macron.

Desde o início desta manhã que a capital francesa está paralisada com estações de metro fechadas e pontes cortadas ao trânsito.

As forças de segurança repeliram os manifestantes entre as praças da Bastilha e da República, usando granadas de gás lacrimogéneo.

Ainda segundo o Le Figaro, há 60 mil operacionais de forças de segurança nas ruas, embora não estejam à espera que o impacto destes protestos seja o mesmo que o dos anteriores. "Não sentimos um fervilhar como se sentia a 16 de março, principalmente do lado da extrema-esquerda", disse uma fonte policial, em declarações ao jornal francês.

Há meses que os coletes amarelos saem à rua para protestaram. O movimento nasceu espontaneamente e começou contra a taxação de combustíveis em França. Contesta agora a carga de impostos e perda do poder de compra, apontando para uma desilusão geral com o Governo.

Este sábado, ao meio-dia (13:00 em Lisboa), o presidente francês, Emmanuel Macron, encontrou-se com o ministro do Interior para um "ponto da situação". Ainda na sexta-feira, Christophe Castaner disse estar à espera das manifestações, não só em Paris, mas também em cidades como Toulouse, Montpellier e Bordeaux. Os números globais de manifestantes desceram em relação ao último sábado - 27900 em todo o país, contra 31 mil a 13 de abril. Mas em Paris o número quase duplicou: a semana passada eram cinco mil, esta semana nove mil.

Impedidas manifestações junto a Notre-Dame

A proibição vigorará durante todo o dia, num perímetro que inclui a Île de la Cité, na qual está localizada a catedral de Notre-Dame, segundo um comunicado da Polícia. Áreas como os Campos Elísios e a zona em torno do Palácio do Eliseu (palácio presidencial) também estão interditas à manifestação, como tem acontecido todos os sábados, após os casos de violência e saques então registados.

Os milhões de euros em doações prometidos em poucos dias para a reconstrução de Notre-Dame atraíram muitas críticas, enquanto os "coletes amarelos" reivindicam há meses nas ruas o aumento do poder de compra e apoios a associações que cuidam dos mais pobres. Várias figuras do movimento tomaram a palavra para denunciar uma generosidade seletiva.

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