Tensão diminuiu o envio de ajuda do Sul para o Norte

A tensão na península coreana, que atingiu os níveis mais elevados nas últimas semanas, diminuiu os habituais envios privados de ajuda humanitária da Coreia do Sul para o Norte, denunciaram hoje várias organizações não-governamentais em Seul.
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O governo sul-coreano, cuja aprovação é indispensável para realizar qualquer envio para o Norte, não deu luz verde a vários envios de produtos básicos como alimentos para bebés e produtos médicos essenciais, segundo organizações civis citadas pela agência local Yonhap, citada pela Efe.

Pelo menos três grupos pediram autorização para enviar carregamentos para o país vizinho, mas segundo lamentaram as organizações não-governamentais, o Ministério de Unificação de Seul não deu aval, alegando que é necessário rever cuidadosamente os produtos.

O ministro da Unificação, Ryoo Kihl-jae, deixou claro durante o pico da tensão que a situação política adversa entre as Coreias não impediria o envio de ajuda humanitária sul-coreana ao norte, mas apontou que os carregamentos seriam revistos individualmente para assegurar a sua distribuição e uso adequados.

A Coreia do Sul teme que o país vizinho militarizado desvie parte da ajuda para o seu exército, de mais de um milhão de soldados, ou a outros fins em vez de canalizá-la para os setores mais vulneráveis da população.

Desde que a nova Presidente sul-coreana, Park Geun-hye, tomou posse a 25 de fevereiro, o único despacho para a Coreia do Norte ocorreu no início de abril, em plena tensão, quando um grupo enviou medicamentos contra a tuberculose no valor de 678 milhões de wones (cerca de 470.000 euros).

Dezasseis ONG do Sul enviaram ajuda para o Norte em 2012, num total de 180.000 milhões de wones (cerca de 125 milhões de euros), enquanto o governo sul-coreano canalizou através de organizações privadas outros 23.000 milhões de wones (16 milhões de euros) em assistência, segundo o Ministério da Unificação.

A Coreia do Norte, que intensificou nas últimas semanas as suas habituais ameaças de guerra em relação a Seul e Washington, sofre uma contínua crise económica desde os anos 90, que a torna dependente da ajuda exterior para alimentar a sua população.

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