A situação em Israel e nos territórios palestinianos ficou ainda mais tensa esta quinta-feira, após a morte de dois palestinianos numa operação do exército do Estado hebreu na Cisjordânia e um ataque com uma faca num autocarro. A violência tem estado a aumentar cada vez mais depois do atentado de terça-feira em Telavive..Nas primeiras horas de quinta-feira, as forças israelitas efetuaram uma operação no campo palestiniano de Jenin, a norte da Cisjordânia ocupada. A operação foi consequência do atentado de terça-feira num subúrbio de Telavive, que deixou cinco mortos, incluindo trabalhadores ucranianos e um policia..Esta quinta-feira, dois jovens palestinianos, de 17 e 23 anos, morreram "em ações das forças de ocupação israelitas que cumpriam uma operação na área de Jenin", segundo o ministério da Saúde palestiniano..Após o atentado de Telavive, o exército israelita mobilizou reforços na Cisjordânia ocupada e aumentou o número de detenções, incluindo as de familiares do autor do ataque, Dia Hamarshah, um palestiniano de Yaabad, localidade próxima de Jenin, que tinha passado quatro anos em prisões israelitas..As Forças Armadas de Israel confirmaram que soldados e agentes da polícia da fronteira, uma unidade paramilitar, "efetuaram uma operação em Jenin" para deter "suspeitos".."Durante a operação, homens armados palestinianos abriram fogo contra as tropas, que responderam aos tiros", diz um comunicado. Um soldado ficou levemente ferido e foi levado para o hospital..A Jihad Islâmica, o segundo maior movimento islamita palestino armado, depois do Hamas, pediu aos seus integrantes que permaneçam em alerta.."Após os acontecimentos no campo... o secretário-geral da Jihad Islâmica anuncia uma mobilização geral das Brigadas Al Quds (o braço armado) nas suas localidades", anunciou o movimento islamita liderado por Ziad Najaleh..Pouco depois da operação do exército, um palestiniano esfaqueou um passageiro - que ficou gravemente ferido - num autocarro no sul da Cisjordânia ocupada, antes de ser morto por um civil armado..Em Jerusalém, o deputado de extrema-direita Itamar Ben Gvir, conhecido por declarações polémicas sobre os palestinianos, visitou esta quinta-feira a Esplanada das Mesquitas, ou Monte do Templo, dias antes do começo das celebrações do Ramadão.."Durante toda a noite o Hamas ameaçou-me, referindo que eu estava na linha de fogo. Disseram que não viesse aqui. Mas, eu respondo ao porta-voz do Hamas: 'cale-se'", disse Itamar Ben Gvir na Esplanada..No ano 2000, a polémica visita do líder da direita israelita Ariel Sharon à esplanada foi o gatilho para a revolta palestina conhecida como Segunda Intifada..A Esplanada das Mesquitas, sob autoridade da Jordânia, mas com os acessos controlados por Israel desde a ocupação de Jerusalém Oriental em 1967, foi cenário no ano passado, durante o Ramadão, de confrontos entre o exército israelita e os palestinianos..Os confrontos, que deixaram centenas de feridos, provocaram uma guerra de 11 dias entre os islamitas do Hamas, que governam Gaza, e o exército israelita.