Tem 23 anos, é economista e é o novo marajá de Mysore

Yaduveer foi adotado pela viúva do último marajá, que morreu em 2013 sem filhos. Agora, tem pela frente duas batalhas legais: contra o Estado pela posse das suas terras e contra um primo, pela coroa.
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A cerimónia de coroação, há dias, do novo marajá de Mysore, no Sul da Índia, durou duas horas, envolveu mais de 40 sacerdotes e passou por 15 templos. Mas tinha sido adiada. Tudo porque o novo marajá, Yaduveer Krishnadatta Chamaraja Wadiyar, pediu para terminar a licenciatura em Economia na Universidade do Massachusetts antes de assumir a liderança de uma dinastia com mais de 600 anos de história.

E não são apenas as poucas terras que sobraram e uma fortuna equivalente a 11 mil milhões de euros que o economista de 23 anos vai herdar. Pela frente tem duas duras batalhas judiciais: uma contra o Estado indiano, que reclama a posse das propriedades da dinastia Wadiyar, e a outra contra o próprio primo Kanthraj, que se diz o herdeiro legítimo do último marajá.

À frente do reino durante quase quatro décadas, Srikandatta Narsimharaja Wadiyar morreu em 2013 sem filhos e sem nomear um herdeiro. A viúva, Pramodadevi, decidiu adotar o sobrinho Yaduveer (filho de uma irmã do marido) e torná-lo seu herdeiro numa cerimónia em fevereiro passado. Uma decisão que caiu mal junto de alguns.

Apaixonado por relógios e carros de luxo -The Hindu escreve que tem pelo menos 15 -, o novo marajá trocou os bancos da universidade pelo trono de Mysore. Numa cerimónia que contou com mais de mil convidados - desde o ex-primeiro-ministro indiano H. D. Deve Gowda à ex-estrela do críquete Britesh Patel e à noiva de Yaduveer, Trishika Kumari - o novo marajá recebeu a coroa incrustada de pedras preciosas. Vestido de forma tradicional, deu três voltas ao trono antes de se sentar. "É um homem moderno. Está cheio de entusiasmo e tem potencial", disse à BBC Michael Ludgrove, curador da real casa de Mysore.

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