Teixeira dos Santos: "Portugal, de 2011 até agora, foi consistente e mostrou rigor nas contas públicas"
A pandemia irá obrigar a uma "intervenção pública significativa" com reflexos orçamentais, mas Teixeira dos Santos acredita que "não será entendida pelos mercados como falta de empenho ou desleixo das contas públicas". "Os mercados já não olharão para nós como há 10 anos", acredita o antigo ministro das Finanças de José Sócrates, que deu a cara pelo pedido de ajuda externa de Portugal, noticiou o Jornal de Negócios.
Há 10 anos os mercados financeiros foram apontados como os responsáveis por o país ter avançado para um pedido de ajuda externa que levou à entrada da troika no país.
O ex-ministro das Finanças acredita que o cenário agora é diferente. "Vivemos num contexto europeu diferente", diz, "agora existe solidariedade europeia, coisa que não foi visível na crise que tivemos a partir de 2009." Mais, "Portugal, de 2011 até agora, foi consistente e mostrou rigor nas contas públicas", tendo sido possível obter em 2019 "um saldo orçamental marginalmente positivo".
"O país voltou a ter uma gestão prudente das contas públicas", reforça o economista, lembrando os esforços do BCE e a "bazuca" europeia.