Teixeira dos Santos critica atrasos no fundo europeu
Fernando Teixeira dos Santos, que falava à entrada para uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia, disse, todavia, acreditar que no próximo mês sejam tomadas, "de uma vez por todas", as decisões que se impõem para a estabilização da Zona Euro, e explicou que Portugal defende que essas decisões incluam um reforço dos recursos do fundo de resgate, mas também a sua flexibilização.
Notando que a decisão, tomada segunda-feira à noite, de dotar o futuro mecanismo permanente de estabilização com 500 mil milhões de euros não terá efeitos a curto prazo, pois esse fundo entrará em vigor apenas em meados de 2013, o ministro observou que, relativamente ao fundo actual, "não há avanço nem compromisso assumido pelos Estados-membros" no sentido de reforçar o volume de recursos que está disponibilizado, nem alterar a sua flexibilização.
Quanto a este último aspecto, defendeu que seja introduzida a possibilidade de intervenção no mercado da dívida, quer no domínio do chamado mercado primário como no mercado secundário, bem como a possibilidade de efectuar operações de empréstimo, em diferentes modalidades e em condições de financiamento com taxas de juro mais favoráveis.
Referindo-se ao facto de continuar a não haver acordo entre os países do espaço monetário único sobre as alterações ao actual fundo de resgate, Teixeira dos Santos admitiu que se trata de um "processo complexo, na medida em que tem de congregar as vontades dos 17 países membros da Zona Euro", mas criticou a lentidão do mesmo. "É um processo que está a revelar-se, na minha opinião, mais moroso que o desejável, e creio que as demoras e as hesitações nos avanços que são necessários afectam a Zona Euro e a estabilização do euro e, consequentemente, também de qualquer país que faça parte da Zona Euro", disse.