Teatro de Faro critica subsídios

"Não há critério para a organização teatral", lamenta Luís Vicente, director artístico da ACTA, que pede a revogação de decreto-lei
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A ACTA - Companhia de Teatro do Algarve considera limitativo para a sua actividade o decreto-lei n.º196/2008, de 6 de Outubro, a partir do qual foi contemplada pela Direcção-Geral das Artes, em 2009, com 201500 euros de um total de 250 mil disponibilizados para duas associações da região.

O valor atribuído à ACTA representa um acréscimo de apenas 1500 euros face aos últimos quatro anos. A Sonar - Associação Cultural (Al-maSRAH Teatro), de Tavira, recebeu os restantes 48 mil euros. No total, a nível nacional, registaram-se 80 candidaturas na área do teatro, tendo sido distribuídos pela Direcção-Geral das Artes 11,3 milhões de euros, na sua maioria para as zonas de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte .

"Não há critério para a organização teatral. Não é bagunça, mas para lá caminhamos. Recebemos este montante por aplicação de uma fórmula matemática a nível nacional. O tecto de financiamento para o Algarve é que é muito baixo e por isso estamos inibidos de crescer. Há oito estruturas no país com pontuação inferior à nossa e que foram mais financiadas", afirmou o director artístico da ACTA, Luís Vicente, em conferência de imprensa, no Centro Cultural de Lagos, para apresentação da ópera Efeito Imediato, a exibir naquele espaço no dia 27, às 21.30 horas. Trata-se de uma peça, de autoria do inglês Ethel Smyth, com encenação de José Lourenço.

O responsável daquela companhia, fundada há 11 anos em Faro e com 22 profissionais ao seu serviço, classificou como "perversa" a actual legislação, tendo apelado à sua revogação. "Foi calculada como uma fórmula matemática para cada região e algumas sem o nível de actuações como o Algarve recebem mais dinheiro. Isto é o olhar da centralidade sobre a província", lamentou, em declarações ao DN, Luís Vicente.

Com um orçamento total de 600 ml euros para 2009, na sua maioria financiado pelas câmaras do Algarve e empresas privadas, ao abrigo da lei do mecenato, aquela companhia tem prevista, a 27 de Maio, a estreia em Faro, de um projecto de teatro e música, Ensaio Aberto, Elenco Incerto, a partir de Jean-François Sivadier, com encenação de José Lourenço, a que se seguirá, a 6 de Novembro, em Portimão, a comédia George Dandin, de Miliere, com encenação de Luís Vicente.

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