Taxistas rejeitam recomendações da Autoridade da Concorrência

Federação Portuguesa de Táxi classificou estas recomendações de "ideias perigosas"
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A Federação Portuguesa do Táxi (FPT) rejeitou esta segunda-feira as recomendações da Autoridade da Concorrência para o transporte de passageiros em veículos ligeiros com motorista, afirmando que vão "destruir" 20 anos de trabalho de regulação do setor.

Numa audição na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, na passada terça-feira, o presidente da Autoridade da Concorrência fez saber que aquele organismo elaborou um relatório, que está em consulta pública até 9 de setembro, no qual aconselha o Governo a acabar com a limitação de táxis, a liberalizar preços e a limitar a regulação da qualidade.

"Ou seja, também ao nível da qualidade quem presta este tipo de serviços poder diferenciar a sua oferta e podermos evitar padronização dos serviços. Se todos os táxis tiverem a mesma aparência, o consumidor não consegue necessariamente distinguir diferentes tipos de serviço", afirmou na altura António Ferreira Gomes.

Sintetizando, "dar liberdade a quem está a prestar este tipo de serviço, incluindo os táxis, de poder ter a sua própria caracterização, tipo de serviço, obviamente salvaguardando o consumidor naquilo que são os requisitos necessários para sua segurança".

Em comunicado, a Federação Portuguesa de Táxi classificou estas recomendações de "ideias perigosas" que, a serem aplicadas, vão "destruir 20 anos de construção de normas para a devida regulação do setor táxi".

Segundo a Federação, com este relatório, "quase toda a frota automóvel circulante e quase todos os cidadãos poderiam prestar o serviço de transportes de passageiros, sendo que os requisitos de acesso à atividade ficariam moldados à vontade de interesses ainda pouco claros".

Além disso, a Federação Portuguesa de Táxi considera que a "desregulação aconselhada não defende os atuais profissionais do táxi e muito menos a segurança dos passageiros".

"A Federação Portuguesa de Táxi continua disponível para todo e qualquer diálogo sério sobre o futuro da mobilidade urbana, mas nunca será cúmplice de uma regressão social que pode destruir todo um setor económico", frisou no final.

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