Tapete vermelho gigante para presidente egípcio que apela à austeridade
O presidente egípcio Abdel-Fatah al-Sisi está a ser vítima de críticas após ter usado um tapete vermelho de quatro quilómetros, colocado sobre estradas públicas, para ir de automóvel à cerimónia de inauguração de um bairro de habituação social, no sábado. Al-Sisi, que tem apelado repetidamente para a necessidade de medidas de austeridade, está a ser criticado pela opulência do tapete vermelho gigante.
"Como é que o presidente nos pede que apertemos os cintos quando o tapete vermelho de quatro quilómetros diz o contrário?", lê-se na capa do jornal egípcio Al-Maqal, que dedicou grande parte da primeira página à controvérsia.
De acordo com a agência noticiosa norte-americana Associated Press, surgiram inúmeros comentários trocistas nas redes sociais, acompanhados por uma hashtag em árabe. No mesmo evento para o qual se deslocou sobre um tapete vermelho de quatro quilómetros, o presidente Al-Sisi falou na necessidade de aplicar medidas como o corte de subsídios.
Um representante militar falou na televisão em resposta à controvérsia do tapete vermelho. O general Ehab el-Ahwagy explicou, no domingo à noite, que o tapete vermelho não foi comprado especialmente para a ocasião nem pelo governo de Al-Sisi, já tendo sido usado várias vezes nos últimos três anos. "É usada para embelezar a área, e dar uma boa impressão desta cerimónia que está a ser vista no mundo todo", explicou El-Ahwagy.
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Antigo general, Al-Sisi controla o país desde 2013, quando ajudou a derrubar o governo de Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana. Na inauguração do bairro de habitação social deste sábado, Al-Sisi explicou que o Estado gasta muito mais do que cobra para fornecer água limpa à população. "O Estado não pode continuar assim", afirmou, citado pela Associated Press.
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