Tancos: Ex-ministro Azeredo Lopes ouvido na comissão de inquérito a 7 de maio
Os partidos têm de entregar à comissão parlamentar de inquérito sobre o furto de Tancos as perguntas, por escrito, dirigidas ao primeiro-ministro, António Costa, até às 18:00 do dia 8 de maio. O calendário da comissão foi hoje aprovado, tendo sido agendada a audição do ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, para 7 de maio.
Segundo refere a Lusa, como chefe do Governo, António Costa tem a prerrogativa legal de responder por escrito a perguntas formuladas por uma comissão de inquérito, como é a de Tancos, tendo dez dias para responder após a sua receção segundo o regime jurídico dos inquéritos parlamentares.
Desde a tomada de posse da comissão, em novembro de 2018, CDS-PP, partido que propôs o inquérito, e PS, partido que apoia o Governo liderado por António Costa, anunciaram que iam pedir esclarecimentos ao primeiro-ministro.
De acordo com o calendário hoje aprovado, a 2 de maio haverá duas audições, a do jurista e ex-ministro Rui Pereira, sobre um parecer que lhe é atribuído sobre as competências da Polícia Judiciária Militar (PJM), e a do atual ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, sucessor de Azeredo Lopes, que se demitiu devido ao caso do furto de material militar.
A primeira versão do relatório, da responsabilidade do deputado socialista Ricardo Bexiga, será entregue até ao fim do mês de maio, segundo as mesmas fontes.
Após essa data, há ainda o período de debate, com apresentação de propostas de alteração dos grupos parlamentares.
A comissão parlamentar de inquérito sobre as consequências e responsabilidades políticas do furto do material militar ocorrido em Tancos, em junho de 2017, iniciou os seus trabalhos em 06 de novembro de 2018, e termina o mandato em junho.
O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos, foi noticiado em 29 de junho de 2017 e parte do equipamento foi recuperado quatro meses depois.
O caso ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do crime.
Este processo levou à demissão, ainda em 2018, do ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, e do chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte.