Susana Veiga fora da final dos 50 metros livres S10 e David Grachat em 10º nos 400 metros S9

A nadadora Susana Veiga falhou a presença na final dos 50 metros livres S10 dos Jogos Paralímpicos ao conseguir o 12º tempo das eliminatórias. A atleta vai agora disputar a prova dos 100 metros livres S9. Já David Grachat ficou fora da final dos 400 metros S9,
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No Centro Aquático de Tóquio, Susana Veiga, que se estreou em competições paralímpicas, nadou em 29,61 segundos - a sua melhor marca é 28,85, fixada em maio nos Europeus, disputados no Funchal.

"Comecei com o pé errado, acusei alguma pressão. Sinto que poderia ter sido muito melhor", afirmou Susana Veiga no final da prova, que nadou em 29,61 segundos e marcou a estreia em competições paralímpicas.

A nadadora disse "estar triste, porque podia ter feito melhor", mas admitiu saber à partida que garantir um lugar na final, para a qual a chinesa Meng Zhang partiu com o oitavo tempo (28,93) e Anastasiia Gontar, do Comité Paralímpico da Rússia (RPC), com o melhor (27,48), ia ser difícil.

"Sabia que ir à final era difícil. O meu objetivo era o tempo e fiquei longe do meu recorde, de 28,85, que conseguiu nos Europeus, na Madeira", afirmou a nadadora, de 21 anos.

Susana Veiga, que tem um encurtamento do fémur e falta de mobilidade na perna direita, é campeã europeia e vice-campeã mundial dos 50 metros livres S9, mas competiu na classe S10, com atletas com menor grau de deficiência, porque nos Jogos Paralímpicos não existe a prova da sua categoria.

A nadadora, do Clube de Natação Colégio Vasco da Gama, garantiu estar a viver "um sonho" com a presença nos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, mas assumiu estar a viver "alguma pressão".

"Sinto que estou a viver numa Disney em versão desporto, estou a tentar aproveitar isto ao máximo. Mas, se calhar, a nível psicológico não estou a 100% para estar aqui", disse.

Após a prestação "menos conseguida" nos 50 metros livres S10, Susana Veiga vai apontar agora o foco para a prova dos 100 metros livres S9, que vai disputar na terça-feira.

"É preciso esquecer esta prova e olhar para a frente", afirmou a nadadora, lembrando que os bons resultados conseguidos esta época, durante a qual conquistou duas medalhas nos Europeus, disputados em maio, no Funchal.

"A época foi extraordinária e, se calhar, agora estou a lidar com a pressão", disse a nadadora, que é vice-campeã europeia dos 100 metros livres S9.

O nadador David Grachat garantiu esta quarta-feira ter "dado o que tinha e o que não tinha" na eliminatória dos 400 metros S9 dos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, na qual falhou a presença na final.

"Dei o que tinha e o que não tinha, mas não consegui apurar-me, sabia que era muito difícil. Nos últimos 50 metros não tive capacidade de arrancar", disse o nadador no final da prova, que concluiu com a marca de 4.27,96, a 10.ª melhor do conjunto das duas eliminatórias.

David Grachat, de 34 anos, admitiu saber à partida "que ia ser muito difícil" conseguir um resultado na final, agendada para a tarde e para a qual o australiano Alexander Tuckfield, que nadou a distância em 4.14,26 minutos, parte com o melhor tempo.

"Cheguei aqui com o 11.º tempo do 'ranking' mundial, sabia que ia ser muito complicado", afirmou o nadador, que em 2017 foi vice-campeão mundial da distância, depois de ter sido sexto classificado nos Jogos Londres2012 e oitavo no Rio de Janeiro, em 2016.

Grachat, que soma a quarta participação em Jogos Paralímpicos e não vai disputar mais provas em Tóquio, admitiu ainda não ter pensado no futuro da carreira.

"Vou sentar-me com o meu treinador e vamos conversar. Mais tarde, de cabeça fria, irei pensar se vou continuar, ou se termino a carreira", disse.

Grachat, o único dos seis nadadores que representam Portugal em Tóquio2020 com experiência em Jogos Paralímpicos, mostrou-se orgulhoso com o rejuvenescimento da equipa e admitiu que "gostaria de ter conseguido um resultado melhor pelos mais novos".

"A equipa é muito jovem, eu sou o veterano. Fico triste por não ter conseguido um bom resultado, também por eles, porque acho que mereciam ver-me chegar à final", referiu.

Habituado a competições paralímpicas, o nadador considerou que os Jogos Tóquio2020, afetados pela pandemia de covid-19, "são diferentes a todos os níveis" e lamentou a ausência de público nas competições: "É uma sensação agridoce ver a piscina vazia".

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