O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje ser "natural" haver escutas com "conversas de serviço" entre si e o diretor do Museu da Presidência, investigado na operação "Cavaleiro"..O diretor do Museu, Diogo Gaspar, funcionalmente "reporta a um responsável", e tem com esses responsáveis "conversas de serviço", vincou o chefe de Estado, sobre as conversas registadas e que foram destruídas por serem criminalmente irrelevantes..Diogo Gaspar ficou na sexta-feira em liberdade mediante caução de 50 mil euros e suspenso das funções públicas que exercia atualmente, por decisão da juíza de Instrução Criminal no processo da operação "Cavaleiro"..Algumas das conversas registadas são "conversas de serviço" que abordam, por exemplo, a preparação para as cerimónias do 10 de Junho ou a homenagem recente ao general Ramalho Eanes.."É natural que fortuitamente, acidentalmente, no meio da gravação de éne [várias] conversas haja conversas desse tipo", vincou o Chefe de Estado, que falava aos jornalistas na ilha do Porto Santo..Segundo nota à comunicação social da Procuradoria-Geral da República, a juíza de Instrução Criminal Maria Antónia Andrade decidiu proibir Diogo Gaspar de contactar com funcionários e entrar no Museu da Presidência, Secretaria-geral da Presidência e Palácio da Cidadela, em Cascais..[citacao:Foram intercetadas comunicações telefónicas nas quais intervém acidentalmente o Presidente da República]."O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça determinou a destruição imediata de elementos relativos a essas mesmas interceções telefónicas, por as considerar manifestamente estranhas ao processo, não tendo, por isso, qualquer relevância para a investigação", acrescentou..O diretor do Museu da Presidência foi detido na quinta-feira por suspeita de crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder, segundo a PGR..A PGR indiciou que a investigação teve início em abril de 2015 e foram realizadas buscas domiciliárias e não domiciliárias na zona da Grande Lisboa e em Portalegre..E o carro de 150 mil euros?.Aos jornalistas, o Presidente falou também da notícia de uma tradição que consiste no chefe de Estado cessante, no caso Cavaco Silva, deixar um automóvel para o seu sucessor, sendo que a viatura em causa - com um preço de 150 mil euros - dispensada por Marcelo.."A minha preferência ia e vai nesta conjuntura para outro tipo de carro, outra gama. Na conjuntura vivida é uma opção. Não é desprimor para ninguém", disse o chefe de Estado sobre este ponto..O Correio da Manhã revela hoje que Marcelo "recusou usar o Mercedes-Benz S500 Longo comprado pela Presidência da Republica, no final do mandato de cavaco Silva, para o novo Chefe de Estado.".Marcelo Rebelo de Sousa doou o carro à Presidência do Conselho de Ministros, que o entregou a António Costa.