Superliga a nível mundial ganha asas com apoio do Real Madrid

Ideia era formar duas ligas de 20 equipas cada onde estariam os tubarões europeus de clubes de outros continentes. Presidente da UEFA contesta ideia e chama-lhe "plano louco que podia arruinar o mundo do futebol".
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A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Financial Times e pelo The New York Times. De acordo com os dois jornais norte-americanos, o Real Madrid, com o presidente Florentino Pérez à cabeça, está a negociar com o fundo de investimento CVC a criação de um Superliga mundial. Uma nova prova que terá o OK da FIFA para avançar.

A ideia da criação de uma Superliga europeia não é nova e tem sofrido avanços e recuos nos últimos anos. Mas desta vez o formato está a ganhar novos contornos e tem pernas para andar. De acordo com os dois jornais norte-americanos, a FIFA poderia mesmo lançar em breve um concurso com vista a captar o investimento de outros grupos comerciais

Esta competição, de acordo com as mesmas fontes, visa a criação de duas ligas, de 20 equipas cada, sendo que oito lugares estariam destinados à partida aos clubes fundadores da recentemente criada Associação Mundial de Clubes, que é presidida por Florentino Pérez.

Ou seja, Real Madrid, AC Milan, Auckland City, Boca Juniors, River Plate, Club America, Guangzhou Evergrande e Mazembe teriam desde logo presença assegurada no novo formato.

Segundo o The New York Times, se esta competição avançar, pode dar-se o caso de o Real Madrid abandonar a liga espanhola para se centrar apenas na Superliga mundial. E o mesmo exemplo pode ser seguido por outras equipas, já que em termos financeiros as contrapartidas são enormes. Este novo formato colocaria ainda em risco a Liga dos Campeões.

A FIFA está recetiva a ouvir propostas e tem mostrado abertura à criação de novas competições. Aliás foi já nesse sentido que recentemente, e também com o apoio do fundo CVC, o organismo que rege o futebol mundial anunciou a intenção de reformar o Mundial de Clubes, que em 2021 seria substituído por uma fórmula com 24 equipas, com oito representantes da Europa.

Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, respondeu entretanto à possibilidade de criação desta superliga, falando num "plano egoísta e egocêntrico" que iria "arruinar o mundo do futebol".

"Li sobre esse plano louco. Se as informações são corretas, surge de um presidente de um só clube. É difícil pensar num plano mais egoísta e egocêntrico. Iria certamente arruinar o mundo do futebol, para os jogadores, adeptos e toda a gente ligada ao mundo do futebol - tudo para o benefício de um pequeno número de pessoas. Felizmente há muito senso comum no futebol para que este tipo de projetos loucos triunfem. Na verdade, é tão rebuscado que não acredito que alguém tenha sonhado com isso", referiu.

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