Super Bock Super Rock muda para o Altice Arena em Lisboa
O festival Super Bock Super Rock vai ser transferido para o Parque das Nações, em Lisboa, tendo em conta a declaração de estado de contingência decretada pelo Governo, anunciou esta terça-feira a organização.
A 26.ª edição do festival decorre entre quinta-feira e sábado e estava marcada para a Herdade do Cabeço da Flauta, uma zona arborizada, entre a lagoa de Albufeira e a praia do Meco, no concelho de Sesimbra.
Num comunicado hoje divulgado, a promotora Música no Coração anuncia que, "tendo em conta a declaração do estado de contingência pelo elevado risco de incêndio e a consequente proibição de realização de quaisquer atividades em zona florestal, a organização do festival vê-se obrigada à única solução possível, a alteração do local para a viabilização da realização da 26.ª edição".
"Assim, o festival realizar-se-á no Parque das Nações - Altice Arena, mantendo-se o cartaz na íntegra", lê-se na nota.
Do cartaz desta edição fazem parte nomes como A$AP Rocky, C. Tangana, Foals, DaBaby, Metronomy, Jamie XX, Hot Chip, Capitão Fausto, Capicua, David & Miguel e Conjunto Cuca Monga.
Segundo a organização, os bilhetes são totalmente válidos para a nova localização, mas não haverá campismo.
"Fizemos todo o possível para que o evento se realizasse no local previsto, mas não foi autorizado, dada a situação atual de contingência. A organização põe a segurança em primeiro lugar e acata todas as decisões das autoridades competentes", sublinhou a promotora de espetáculos.
O promotor Luís Montez afirmou hoje à agência Lusa que a organização do festival de música Super Rock Super Rock (SBSR) "irá trabalhar de dia e de noite" para transferir toda a logística do evento para o Parque das Nações, em Lisboa.
Segundo o promotor Luís Montez, o festival manterá o cartaz e os quatro palcos previstos: o palco maior dentro da Altice Arena, o alinhamento de dois outros palcos coordenados dentro da Sala Tejo, na mesma sala de espetáculos, e um palco que será colocado no exterior.
Isto significa que o festival acontecerá em moldes semelhantes a edições anteriores já decorridas no Parque das Nações, entre 2015 e 2018.
"Tenho que respeitar a lei", afirmou Luís Montez, promotor do evento. "É preferível deslocalizar do que cancelar", acrescentou, revelando que insistiu até à última para manter o festival no Meco, mas que não foi possível devido à lei.
A organização explica que os bilhetes já adquiridos para o festival são válidos para a edição transferida para Lisboa e que qualquer possibilidade de devolução terá de ser ainda avaliada com a Inspeção-Geral das Atividades Culturais.
Depois de duas edições canceladas, em 2020 e 2021, por causa da pandemia da covid-19, Luís Montez fala num momento difícil na história do festival para poder cumprir a lei e responder a uma decisão política, tendo em conta que o evento envolve um investimento de 4,5 milhões de euros e centenas de trabalhadores.
Sobre a decisão de manter ou não o festival em Sesimbra, Luís Montez afirmou que "ainda é cedo para ponderar isso".
Do cartaz desta edição fazem parte nomes como A$AP Rocky, C. Tangana, Foals, DaBaby, Metronomy, Jamie XX, Hot Chip, Capitão Fausto, Capicua, David & Miguel e Conjunto Cuca Monga.
Momentos antes deste anúncio, o primeiro-ministro António Costa afirmou que, por questões de segurança face aos "elevadíssimos riscos" de incêndio, com o país em situação de contingência, teriam de ser reajustados os eventos junto a zonas florestais programados para os próximos dias.
António Costa comunicou esta determinação no final de duas reuniões, num total de mais de três horas, com o comando operacional e com diversas entidades nacionais responsáveis pela prevenção e combate aos incêndios, na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, concelho de Oeiras.
Em risco de cancelamento, de reprogramação ou de relocalização, com o país em situação de contingência nos próximos dias, estão grandes eventos como o festival de música Super Rock, em Sesimbra, ou a concentração motard de Faro.
"A segurança está acima de tudo. Esta questão não é política, é técnica e de responsabilidade, decorre da lei num momento em que está em vigor a situação de contingência", declarou António Costa, tendo ao seu lado os ministros da Administração Interna, José Luís Carneiro, da Defesa, Helena Carreiras, e da Agricultura, Maria do Céu Antunes.