Subsídio de fardamento não será de 250 euros
O estatuto profissional da PSP, que entrou em vigor em Janeiro de 2010, criou um novo subsídio de fardamento para os polícias e estabelecia um aumento anual até 2013, quando se fixaria nos 300 euros.
O efectivo da PSP recebe este ano cerca de 16 euros mensais, totalizando 200 euros por ano, e estava previsto que sofresse uma actualização de 250 euros em 2012.
Mas os sindicatos da PSP já receberam a indicação do Ministério da Administração Interna de que o subsídio não vai sofrer qualquer aumento no próximo ano, mantendo-se nos 200 euros anuais.
Os sindicatos contestam esta medida, alegando que o subsídio para aquisição de fardamento não faz parte do salário, logo não pode ser congelado.
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que a não actualização do subsídio pode pôr em causa a capacidade dos polícias em pagarem a própria farda, tendo em conta que sofrem cortes no seu orçamento familiar todos os meses.
Paulo Rodrigues adiantou que esta situação pode "de algum modo reflectir-se na própria imagem da polícia", já que 200 euros "não dá para comprar o fardamento necessário".
"O polícia vai ter que racionalizar muito bem o dinheiro para comprar a farda", sustentou.
Com 200 euros anuais, um polícia tem que comprar meias, camisa, camisola, calças, sapatos, divisas, boné e casaco.
Segundo a tabela de fardamento, uma camisa custa 25 euros e umas calças de homem 20 euros.
Os polícias estimam que o fardamento de um agente da PSP que esteja destacado para acções de patrulhamento possa custar, anualmente, entre 400 e 600 euros, tendo em conta que é necessário adquirir peças de roupa de inverno e de verão.
Além do actual subsídio de fardamento não ser aumentado, os polícias credores do extinto fundo de fardamento, que acabou no fim de 2009, ainda não receberam qualquer montante em dívida.
Os sindicatos também já foram informados pelo MAI de que no próximo ano o suplemento de serviço das forças de segurança não vai ser actualizado dos actuais 18 para os 20 por cento, como estava previsto no estatuto profissional.