Sub-17 campeões da Europa recebem parabéns de Marcelo
Portugal colocou ontem um ponto final ao jejum de 13 anos sem conquistar títulos internacionais de seleções jovens. Os sub-17 venceram o Europeu da categoria, ao baterem a Espanha na final, no desempate por grandes penalidades (5-4), após um empate a uma bola no final dos 80 minutos.
Desde o Europeu de sub-17 conquistado em Viseu, em 2003, com a geração que revelou nomes como Miguel Veloso, João Moutinho e Vieirinha, Portugal passou 13 anos sem voltar a erguer um troféu. Em 2011, os sub-20 perderam o título mundial na final, no prolongamento, frente ao Brasil, e no ano passado os sub-21 deixaram fugir o título europeu nos penáltis, diante da Suécia.
O fantasma dos momentos decisivos voltou a assombrar Portugal, que chegou a estar em vantagem na final, com um golo de Diogo Dalot (27 minutos), mas Brahim Díaz restabeleceu a igualdade (32"), num jogo em que a seleção treinada por Hélio Sousa foi (quase) sempre superior. Nos penáltis, Manu Morlanes atirou ao ferro, no último remate, libertando a euforia lusa no Azerbaijão.
O mesmo ferro, curiosamente, já tenha sido inimigo de Portugal na primeira parte, quando Domingos Quina acertou na trave. No entanto, Portugal esteve sempre mais próximo do golo do que a Espanha, com uma seleção de sub-17 com vários jovens da cantera do Barcelona.
A Espanha é, de resto, a principal dominadora do Europeu de juvenis, que já venceu por oito vezes. Portugal atingiu o sexto triunfo, sendo a segunda seleção mais bem-sucedida da história da prova, que até 2001 era uma competição destinada a sub-16.
Nos penáltis, Portugal revelou o sangue-frio que faltou em tantas outras alturas - inclusive no Euro 2012 de seleções A, quando a seleção nacional foi eliminado pela Espanha nas meias-finais - e José Gomes, João Filipe, Diogo Leite, Diogo Dalot e Gedson não falharam os seus penáltis. De nada valeu à Espanha ter, propositadamente, trocado de guarda-redes no último minuto, a pensar nos penáltis, pois Adrián não travou nenhum remate dos jogadores portugueses. E nem a audácia de Díaz, ao fazer uma "panenka" para o 4-4, retirou confiança a Portugal.
"Que este título seja útil para concretizarem os seus sonhos", desejou o selecionador Hélio Sousa no final do jogo, "orgulhoso" dos seus atletas. "Fomos muito fortes mentalmente e executámos muito bem a questão dos penáltis. Para nós, isso não é uma questão de lotaria, mas sim de competência e qualidade", explicou.
Os juvenis nacionais foram prontamente parabenizados por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República. "Fiquei muito contente com a notícia da conquista do titulo de campeões europeus por uma das seleções mais jovens de futebolistas portugueses. São um exemplo de trabalho, esforço e dedicação ao serviço da nossa bandeira e da nossa pátria. Como Chefe de Estado, é um orgulho imenso ver portugueses tão jovens triunfar com tanta glória!", reagiu, no sítio oficial da Presidência da República.
Fernando Gomes, líder da FPF, assinalou que "o título é reflexo da competência da equipa técnica e da coragem e ambição dos jogadores, mas também consequência da coragem, da ambição e do orgulho que estes jovens jogadores sentem ao representar a nossa bandeira".
A comitiva portuguesa chegará a Lisboa amanhã, às 10.30, e vai ser recebida no Palácio de Belém.