Sadinos arrancam precioso empate em Alvalade
Para o Sporting o triunfo garantia o 3.º lugar, mas o Vit. Setúbal precisava de pontos para sobreviver na I Liga e montou uma estratégia capaz de atrapalhar o leão. Na despedida do Estádio José de Alvalade a equipa de Rúben Amorim cedeu um empate sem golos, na 33.ª e penúltima jornada da I Liga, num jogo em que a bola andou quase sempre longe da baliza.
Há nove anos que os sadinos não pontuavam em Alvalade e ficam agora a depender de si para garantir a manutenção (recebem o Belenenses SAD na última jornada). Já o Sporting ainda não garantiu o 3.º lugar: precisa de um empate na última jornada, frente ao Benfica, na Luz, para assegurar o pódio (ou esperar que o Sp. Braga não ganhe ao FC Porto).
Sem a estrela do momento (Jovane Cabral), Rúben apostou em Francisco Geraldes de início. Foi a primeira vez que o médio criativo dos leões foi titular a I Liga, tal como o jovem avançado Tiago Tomás. Foi dele a primeira ameaça séria de golo aos 11 minutos. O árbitro acabou por anular o lance, por for a de jogo, mas ficou o aviso e a boa movimentação do miúdo.
Com a difícil missão de manter os sadinos entre os grandes do futebol português, Lito Vidigal promoveu três alterações - Artur Jorge, Sílvio e Leandrinho entraram para os lugares de Pirri, André Sousa e Guedes - e fez da boa organização defensiva uma arma. Além disso o Sporting insistia em jogar pelos flancos e cruzar para a área onde só estava Tiago Tomás e isso facilitava a tarefa sadina liderada por um ex-leão (Semedo).
Pedia-se rapidez na circulação de bola e jogo a um ou dois toques para desestabilizar a linha defensiva adversário, mas Geraldes e Wendel pegavam-se demasiado à bola e quando ganhavam posição não investiam no remate. E assim a partida chegou ao intervalo sem qualquer remate enquadrado com a baliza.
Se a estratégia defensiva do Vitória (23% de posse de bola contra 77% do Sporting) funcionou durante os primeiros 45 minutos não havia porque mudar. Temendo isso Rúben mexeu na equipa e fez entrar Vietto (para o lugar de Ristovski), na esperança que o espanhol fosse mais ágil a fugir às marcações e assim ganhar critérios de definição. Mas ainda demorou até os leões perceberem que tinham de arriscar jogar no erro para assim surpreender. E só aos 65 minutos de jogo o perigo rondou a baliza de Makaridze, que impediu o golo de Acuña e ainda evitou a recarga de Vietto.
Com o passar dos minutos a estratégia de Vidigal mudou. O técnico sadino meteu Hildeberto em campo para explorar a velocidade e conseguir esticar o jogo até à área de Max. Aos 75 minutos o avançado caiu na área num lance com Eduardo Quaresma e ficou a pedir grande penalidade, mas o árbitro mandou jogar. Ao minuto 90 a equipa do Bonfim quase chegava ao golo numa série de erros da defensiva leonina. Depois foi ver o Sporting recorrer ao chuveirinho para a área e o Vitória a ganhar tempo.... para amealhar um ponto. E festejar como se de a manutenção se tratasse.
FICHA DE JOGO
Jogo realizado no Estádio José Alvalade, em Lisboa
Sporting-Vitória de Setúbal
Equipas:
Sporting: Luís Maximiano, Ristovski (Vietto, 46'), Eduardo Quaresma, Coates, Acuña, Nuno Mendes (Pedro Mendes, 78'), Matheus Nunes (Joelson Fernandes, 63'), Wendel, Francisco Geraldes, Gonzalo Plata e Tiago Tomás
Treinador: Rúben Amorim
Vitória de Setúbal: Makaridze, João Meira, Artur Jorge, Jubal, Semedo, Sílvio, Carlinhos, Leandrinho (Nuno Valente, 90'+5'), Zequinha, Mansilla (Hildeberto Pereira, 66') e Éber Bessa (Hachadi, 90').
Treinador: Lito Vidigal
Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)
Ação disciplinar: cartão amarelo para Artur Jorge (54'), Tiago Tomás (75'), Makaridze (79'), Coates (82') e Jubal (90'+1')
Assistência: jogo realizado à porta fechada devido à pandemia da covid-19