Leão de José Peseiro vai-se alimentando a vitórias
O onze inicial de José Peseiro, com a estreia de Jovane Cabral e Bruno Gaspar a titulares como únicas novidades, já indicava que o Sporting não queria correr arriscar em experiências neste arranque de participação numa Taça da Liga que é o único título que os leões têm a defender da época passada. E a entrada em jogo confirmou essa disposição, com a equipa leonina a forçar desde logo o último reduto do Marítimo e a deixar um par de avisos de perigo que tinham Raphinha como protagonista principal.
O brasileiro tentou dois remates acrobáticos na área e ainda serviu Jovane após uma outra jogada individual, num quarto de hora inicial fogoso dos leões. Mas, curiosamente, o anunciado golo de Raphinha chegou só numa fase em que o Marítimo já tinha acordado para o jogo e equilibrado as coisas em Alvalade. Com o veterano Danny, de regresso ao futebol português (e, este domingo, a Alvalade, de onde saiu há 13 anos), a distribuir jogo e Correa, um virtuoso extremo argentino, a assumir protagonismo na direita do ataque, o Marítimo devolveu os alertas.
Até que, uma bola perdida em fase de construção, perto da área, permitiu a Montero servir de imediato Raphinha e este marcou o seu primeiro golo pelo Sporting, dando vantagem à equipa da casa, aos 27 minutos, para alegria do novo presidente, Frederico Varandas, que se estreou na tribuna presidencial como líder do clube de Alvalade.
O jogo descaiu morno até ao intervalo, mas voltou para a segunda parte bem mais agitado. No espaço de pouco mais de dez minutos, marcaram-se três golos que acabariam por fixar o resultado final.
De novo numa altura em que o Marítimo ameaçava a baliza de Salin (que manteve a titularidade), tendo até chegado a marcar num lance em que foi assinalado um duvidoso fora-de-jogo, Jovane Cabral resolveu assinalar a sua primeira titularidade no Sporting com mais uma ação decisiva, arrancando em drible para a área, onde foi derrubado - à semelhança do que acontecera na estreia leonina no campeonato, em Moreira de Cónegos. Bruno Fernandes, capitão na ausência de Nani, não falhou o penálti, aos 54 minutos, e aumentou a vantagem.
O Sporting ganhava mas não dava ideia de ter o jogo controlado, com alguma dificuldade na gestão da bola a meio-campo. E foi assim que nasceu o golo do Marítimo, aos 62', num lance que começa numa perda de bola de Acuña, com um mau passe para trás, e termina com Correa a finalizar, na área, uma assistência de Danny.
Estávamos no olho do furacão da fase mais louca do jogo e o Marítimo nem teve tempo para se empolgar com o golo do argentino. Logo no minuto seguinte, um pontapé longo do guarda-redes leonino Salin até à entrada da área contrária resultou numa bela combinação rápida entre Montero e Bruno Fernandes, com o médio a bisar na partida e a sentenciar ali o resultado.
Danny ainda ficou a milímetros de voltar a reduzir para os madeirenses, na jogada imediata, mas depois o Sporting passou então a controlar melhor o jogo e a minimizar o risco, já com o sérvio Gudelj, que se estreou (tal como Diaby, este mais perto do fim), a dar melhor critério ao passe e à gestão da bola no meio-campo - o ex-Ajax, que passou os últimos dois anos na China, deixou mesmo um ou outro pormenor de requinte, a deixar água na boca para o futuro. O jogo terminaria com a expulsão de Lucas Silva (aka Lucas Áfrico), defesa do Marítimo, após falta violentíssima sobre Wendel.
O Sporting arrancou bem a defesa do título de campeão de inverno.
Jogo realizado no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
Sporting - Marítimo, 3-1.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores:
1-0, Raphinha, 26 minutos.
2-0, Bruno Fernandes, 54
2-1, Correa, 61.
3-1, Bruno Fernandes, 63.
Equipas:
- Sporting: Salin, Bruno Gaspar, Coates, André Pinto, Jefferson, Battaglia, Bruno Fernandes, Raphinha (Diaby, 90), Acuña (Gudelj, 71), Jovane Cabral (Wendel, 71) e Montero.
(Suplentes: Renan Ribeiro, Ristovski, Diaby, Petrovic, Castaignos, Wendel e Gudelj).
Treinador: José Peseiro.
- Marítimo: Charles, Bebeto, Zaineidine, Lucas Áfrico, Fábio China, Jean Cleber, Fabrício Jesus (Ioannidis, 90), Correa, Barrera (Edgar Costa, 64), Danny e Rodrigo Pinho (Tagueu, 64).
(Suplentes: Abedzadeh, Marcos, Edgar Costa, Rúben Ferreira, João Gamboa, Ioannidis e Tagueu).
Treinador: Cláudio Braga.
Árbitro: Manuel Mota (AF Braga).
Ação disciplinar: cartão amarelo para André Pinto (19), Bruno Fernandes (28), Battaglia (62) e Fabrício Jesus (79). Cartão vermelho direto para Luís Áfrico (90+5).
Assistência: 29.573 espetadores.
Bruno Fernandes. Raphinha, o extremo brasileiro, foi quem começou por agitar a partida, mas o médio voltou a ser o epicentro de quase todo o futebol do Sporting, aproveitando ainda para bisar na partida, numa noite em que envergou a braçadeira de capitão.