SPD insiste em Schroeder
O chanceler cessante, Gerhard Schroeder, continua a ser a escolha do Partido Social-Democrata (SPD) para liderar um Governo de "grande coligação" com os conservadores de Angela Merkel . O anúncio foi feito ontem, pelo presidente do partido, Franz Muntefering, poucas horas antes de Schroeder ter dado a entender estar disposto a renunciar ao cargo. "Não estão em causa as minhas pretensões e muito menos da minha pessoa", declarou à televisão privada RTL, esclarecendo, logo de seguida, aceitar "qualquer decisão" do seu partido.
E o veredicto chegou ao final da tarde, após os dirigentes do SPD se terem reunido ontem para avaliar as possibilidades de formar uma coligação, tendo em conta os resultados das eleições de domingo em Dresden, no Leste da Alemanha.
Até agora, tanto Schroeder como Merkel reivindicaram a liderança do próximo Governo. O SPD obteve nas legislativas de 18 de Setembro 34,2% dos votos, enquanto a União Democrata-Cristã e a sua aliada União Social-Cristã da Baviera (CDU-CSU) conquistaram 35,2% do eleitorado. Após o escrutínio em Dresden, a CDU ganhou mais um assento, elegendo 226 deputados, contra 222 do SPD. O resultado, porém, não altera a correlação de forças, já que tanto a CDU- -CSU como o SPD não alcançam a maioria parlamentar.
Ontem, dia das comemorações do 15.º aniversário da reunificação alemã, os dois partidos suspenderam as hostilidades, participando lado a lado nas cerimónias oficiais, organizadas em Potsdam, cidade da antiga Alemanha Oriental. No entanto, as partes, que se reúnem amanhã, não chegaram ainda a um acordo sobre quem irá liderar a Chancelaria.
"O resultado de Dresden reforçou a posição de Angela Merkel e constitui também um sinal para o SPD", defendeu o secretário-geral da CDU, Volker Kauder, que diz esperar que o partido de Schroeder manifeste "bom senso". Os sociais-democratas, todavia, não estão em sintonia com os seus adversários. "O SPD continua a ser a força política mais importante", afirmou Franz Muntefering, alegando que a CDU e a CSU são duas forças distintas, apesar de formarem um grupo parlamentar único.