"Uma ilha de claridade, até nos contornos sombrios, e uma referência ética." Assim lembrava o Diário de Notícias a obra da poeta Sophia de Mello Breyner, que neste dia, há 15 anos, faleceu em Lisboa..Poesia, conto, ensaio, tradução literária, intervenção cívica, Sophia foi uma figura marcante no século XX português.."Em 60 anos, desde Poesia (1944), primeiro título editado, a limpidez, a luminosidade, sobretudo diurna, mas também noturna, a inteireza, a beleza da palavra foram traços distintivos" da sua obra literária, escreveu o DN, que na sua primeira página dava destaque a uma foto da poeta..Lá dentro, o jornal dedicou duas páginas a Sophia, lembrando a sua vida e sua obra, destacando a mulher, a artista e pensadora, dando voz às reações de figuras da cultura e da política e evocando também algumas frases da própria autora. Como esta: "Sempre me espantou a beleza das coisas. Sempre me maravilhou, me ajudou a viver. A beleza não é um adorno, é um elemento fundamental da vida e uma necessidade fundamental." E esta outra, em toda sua verdade: "É-me necessário escrever poemas, não me é necessário saber porquê."