Açores. Projeção RTP. PS vence, maioria absoluta em dúvida

Chega pode tornar-se na quarta força política no arquipélago.
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A projeção da Católica/RTP para as eleições regionais que decorreram este domingo nos Açores aponta para a vitória do PS, mas não é claro se os socialistas vão manter a maioria absoluta.

De acordo com a sondagem da Universidade Católica realizada à boca das urnas, o PS deverá ter entre 37 e 41%, entre 26 a 30 mandatos.

O PSD fica entre os 32 e os 36%, 19 a 22 mandatos. O CDS surge como terceiro partido, entre os 3 e os 6%, com uma previsão de um a três mandatos.

O Chega, que se estreia nas eleições regionais, surge como quarto partido, com os mesmos números do CDS.

O BE terá entre 2 e 5% - um a dois mandatos -, seguido pelo PAN (2 a 3%, um mandato) e depois pela CDU, que tem uma projeção entre 1 e 2% (e pode ir de zero a dois mandatos).

Também a Iniciativa Liberal e o PPM têm uma projeção de 1 a 2%, com a hipótese de eleger um deputado regional.

A projeção da RTP aponta para uma abstenção entre os 52% e os 58% - um valor que, mesmo na margem máxima, é inferior ao que se registou há quatro anos. Em 2016 a abstenção foi de 59,16%, um número recorde.

Alguns círculos eleitorais já fecharam, entretanto, a contagem dos votos. Foi o caso da mais pequena ilha do arquipélago, o Corvo, onde a coligação PPM/CDS obteve 40% dos votos, o PS 35,1%, o PSD 22,3% e a CDU 0,7%. Este círculo elege dois assentos parlamentares: um foi para a coligação, outro para o PS.

Os quatro mandatos do Faial também já estão atribuídos: o PSD recolheu 41% dos votos e dois mandatos. O PS teve 30,3 e elege também dois deputados.

Na terceira posição, a CDU teve 8,7% dos votos, o CDS 5,9%, o BE 3,6%, o Chega 2,9%, o PPM 2,6%, o PAN 1,5.

Na Graciosa, o PS garantiu dois lugares na Assembleia Legislativa com 47,4% dos votos. O PSD teve 41,6% e elegeu um deputado.

Em Santa Maria a contagem também já está fechada. O PS garantiu dois dos três mandatos, com 43,9%. O PSD fica com um, com 23,2% dos votos.

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Na primeira reação às projecões, Francisco César, diretor da campanha socialista, começou por destacar a diminuição da abstenção, uma "vitória da democracia" e um "reforço da autonomia".

Sobre os números da projeção da RTP falou numa "grande vitória" do PS e deixou uma "palavra de confiança" em relação à noite eleitoral. Já em resposta aos jornalistas disse que "todos os cenários estão em causa", de uma maioria absoluta do PS a uma maioria relativa, passando pelo cenário de a direita, no seu conjunto, conseguir mais mandatos.

Em qualquer circunstância, garantiu, o PS será "sempre um referencial de estabilidade".

Já secretário-geral do PSD/Açores, Luís Pereira, afirmou que as projeções mostram uma "melhoria do resultado eleitoral do PSD" e uma "quebra do PS". Os números, que foram recebidos com aplausos na sede dos sociais-democratas, demonstram "uma vontade de mudança na liderança da região", defendeu Luís Pereira.

Há quatro anos o PS venceu as eleições com 46,4% dos votos (30 mandatos no parlamento regional), enquanto o PSD registou 30,89% (19 mandatos), o CDS 7,1% (quatro mandatos na Assembleia Regional), o Bloco de Esquerda 3,6% (dois mandatos), a CDU 2,6% (um mandato) e o PPM, que obteve 0,93% dos votos e um assento parlamentar.

As eleições nos Açores decorrem em dez círculos eleitorais, um por cada uma das nove ilhas e um décimo um círculo de compensação que contabiliza os votos que não serviram para eleger nos restantes círculos. Candidataram-se a estas eleições 13 forças políticas, mas só seis (as que têm representação parlamentar) se apresentaram a todos os círculos eleitorais.

São Miguel, a maior ilha do arquipélago, elege 20 deputados, seguindo-se a Terceira, com dez deputados, e o Pico, com quatro. O Faial também elege quatro assentos, São Jorge, Santa Maria e Graciosa elegem três deputados cada, tal como as Flores. O Corvo, a ilha mais pequena do arquipélago (tem 337 eleitores), elege dois mandatos, enquanto outros cinco deputados são eleitos pelo círculo de compensação.

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