Solstício: o dia mais longo do ano anuncia 93 dias de verão

Em Stonehenge, no Reino Unido, dez mil pessoas assistiram ao nascer do sol
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Às 11h07 desta quinta-feira, dia 21 de junho, ocorreu o solstício de verão, um evento astronómico marcado pela posição da Terra em relação ao sol e que marca o início do verão no hemisfério norte e do inverno no sul. É o dia mais longo do ano - em 2018 a duração foi de apenas mais um segundo - mas sobretudo marca a cadência dos dias que se seguem: teremos luz durante mais horas. A partir de hoje o verão prolonga-se por 93 dias até ao próximo equinócio, a 23 de setembro de 2018.

Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, a duração do dia no solstício de verão é "efetivamente a mais longa" do ano. A 21 de junho de 2018 o disco solar nasceu às 6:11 horas e o pôr do sol será às 21:04.

O Observatório explica: solstícios são "pontos da eclíptica em que o sol atinge as alturas (distância angular) máxima e mínima em relação ao equador, isto é, pontos em que a declinação solar atinge extremos: máxima no solstício de Verão (+23° 26′) e mínima no solstício de Inverno (-23° 26′)". No dia em que o hemisfério norte entra no verão, é possível observar que o sol está muito alto no céu.

A palavra é de origem latina (solstitium) e está relacionada com o facto do sol travar o seu movimento diário de afastamento ao plano equatorial e "estacionar" ao atingir a sua posição mais alta ou mais baixa no céu.

A razão pela qual há um solstício no verão é a mesma que justifica a existência de estações. A Terra também gira em torno do sol e esse movimento - denominado translação - é o que determina a duração dos anos. Associado à inclinação do eixo de rotação da Terra, demanda que tenhamos estações diferentes ao longo de 365 dias.

Stonehenge: o melhor lugar do mundo para assistir à passagem de estação?

Esta é também uma das datas mais aguardadas no Reino Unido. É aqui que se situa o monumento neolítico Stonehenge, classificado Património Mundial da Humanidade e que atrai mais público pelo significado do que pela arquitetura. São muitas as teorias e lendas que tentam explicar a existência do círculo de pedras.

Um sítio onde se coroavam reis ou um templo druida - é comum vermos alguns visitantes vestidos com longas túnicas brancas.- ou um instrumento astronómico que servia para prever eclipses e outros eventos celestes. Há ainda quem defenda que o misterioso círculo de pedras foi um cemitério ou um memorial aos mortos, e quem o associe à lenda do rei Arthur.

No entanto, a teoria que reúne mais consenso é a de que Stonehenge foi um templo pré-histórico alinhado com os movimentos do sol. E houve sempre quem aqui se juntasse para esperar o primeiro amanhecer de verão.

Este ano, quase 10 mil pessoas receberam com aplausos os primeiros raios solares que surgiram às 4:52 da manhã. O ambiente foi descrito como "amigável" e pleno de "espírito positivo". Houve quem pintasse o nascer do sol e alguns grupos praticaram yoga ao amanhecer. Embrulhados em cobertores, encostados às pedras milenares, muitos visitantes olhavam o céu, numa atitude de deslumbramento.

É um momento especial, não só devido ao solstício, mas sobretudo porque esta é uma das raras ocasiões em que o público pode visitar Stonehenge. De acordo com a BBC, as normas de segurança ficaram ainda mais restritas em 2018, e houve vários guardas armados junto ao monumento.

Segundo a polícia de Wiltshire, "as pessoas parecem ter-se adaptado muito bem ao alto nível de segurança e foram muito pacientes". O próprio comandante da polícia, Dave Minty, ficou rendido ao momento. "O nascer do sol foi espetacular e não costumamos assistir a muitos como este", contou.

A verdade é que Stonehenge foi construído de forma a que as suas pedras mostrassem a transição do sol no dia mais longo e no dia mais curto do ano de uma forma impressionante. Estivemos sempre de olhos postos no céu, a admirar o que não compreendíamos.

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