A sociedade de fundos de investimento luxemburguesa LSK, ligada a Dominique Strauss-Kahn, criou 31 empresas em paraísos fiscais, revelou hoje o jornal francês Le Monde, no âmbito da investigação jornalística "Papéis do Panamá"..De acordo com o jornal, antes de ser presidida pelo ex-diretor-geral do FMI, a sociedade Leyne Strauss-Kahn & Partners ajudou clientes a abrir e a administrar empresas nas ilhas Seychelles, nas ilhas Virgens (Reino Unido), no Panamá e em Hong Kong, através de uma filial denominada Assya Asset Management Luxembourg..O esquema serviria para dissimular a identidade real dos beneficiários de fundos financeiros. Entre os clientes estão "particulares franceses ricos, produtores audiovisuais asiáticos e um importante grupo de planeamento parisiense"..O Le Monde sublinha que esta atividade offshore foi registada antes de Dominique Strauss-Kahn ter assumido a presidência daquela sociedade luxemburguesa, em outubro de 2013, e que aquele "não estava envolvido na gestão diária dos fundos"..Os "Papéis do Panamá" são o resultado de uma investigação jornalística do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que reúne cerca de 11,5 milhões de documentos ligados à atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património..Os documentos apresentam informações sobre mais de 214 mil empresas 'offshore' e paraísos fiscais, envolvendo atuais e antigos líderes políticos e figuras públicas..Um dos nomes referenciados na investigação é do primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Gunnlaugsson, que na terça-feira já anunciou demissão do cargo.