Só um deputado assinou a petição por Beja

O círculo elegeu três deputados: João Dias (PCP), Pedro do Carmo (PS) e Nilza de Sena (PSD). Os três subscrevem e questionam o governo por causa dos problemas da região mas só o comunista assinou a petição porque... ainda não era deputado
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Dos três deputados eleitos pelo distrito de Beja, só o comunista João Dias assinou a petição Beja Merece+ que o grupo de cidadãos entregou a 10 de maio na Assembleia da República. E também só o fez, explica, porque na altura não era deputado nem imaginava que iria substituir João Ramos em março. "Não fazia sentido assinar porque afinal estou a pedir a mim próprio para discutir um assunto."

Já Nilza de Sena, do PSD, diz que não assinou porque perdeu a oportunidade, mas até queria tê-lo feito. O socialista Pedro do Carmo não assinou.

No entanto, todos eles subscrevem as reivindicações da petição, nomeadamente no que diz respeito ao problema das acessibilidades, como a interrupção da construção da A26 que ligaria Sines a Vila Verde de Ficalho e a não requalificação do IP8. Acresce o desaproveitamento do aeroporto de Beja e a falta de eletrificação da ferrovia que liga Beja-Casa Branca-Funcheira. Problemas que fazem com que a capital de distrito não tenha uma ligação direta por autoestrada e comboio a Lisboa.

"Estes movimentos de cidadãos complementam o trabalho que faço na Assembleia da República, nomeadamente com a apresentação de projetos de resolução e perguntas ao ministro", afirma Pedro do Carmo, destacando ainda que há muito a fazer na área da saúde, embora adiante que vai ser adquirido brevemente um aparelho para ressonâncias magnéticas - Beja é o único distrito que não faz este exame.

A social-democrata Nilza de Sena aponta todos os entraves que as acessibilidades representam para o desenvolvimento da região e a desigualdade no acesso aos cuidados de saúde. Mas apresenta uma proposta que poderia rentabilizar o aeroporto, onde não há passageiros e que tem sido usado para estacionamento de aviões. "Podia-se criar ali uma espécie de zona franca para atrair e exportar produtos e alavancar a economia local. A região tem produção ao nível da agricultura, agro-indústria, indústria transformadora e o aeroporto poderia ser usado para a escoar."

João Dias, do PCP, faz questão de sublinhar que as reivindicações contidas na petição não são novas e que são as mesmas que o partido tem feito na Assembleia. No entanto, na saúde há alguma diferença entre o movimento de cidadãos e as reivindicações dos comunistas porque, diz, este fomenta alguma rivalidade com Évora - para onde está prevista a construção do hospital central - "que também merece melhores condições de saúde". "Beja deve ter equipamentos que respondam às necessidades da população. Tem de haver investimento na saúde e vamos avançar com uma campanha para a ampliação do hospital de Beja, que está prevista há 46 anos, já esteve adiantada e depois viu as verbas serem desviadas para o hospital do litoral alentejano."

Nilza de Sena resume o que está em causa: "É preciso dizer a estas pessoas que a região existe, que elas não servem só para contribuir."

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