Londres acusada de "deturpar" conclusões sobre agente químico
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, acusou hoje o Reino Unido de "deturpar" as conclusões da investigação da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) sobre o caso Skripal para assim pôr a Rússia em xeque.
"Políticos como Boris Johnson tentam mais uma vez deturpar a realidade ao afirmar que as conclusões da OPAQ validam todas as teses do Reino Unido", disse o ministro russo numa conferência de imprensa."É mais um excesso desse político, já estamos habituados".
"A OPAQ apenas confirmou a composição da substância química" utilizada contra o ex-espião Serguei Skripal e a filha "e não a sua origem", frisou.
A OPAQ, organização internacional de controlo do armamento químico, anunciou na quinta-feira que as análises feitas por quatro laboratórios a amostras biológicas e ambientais "confirmam as conclusões do Reino Unido relativamente à identidade do químico que foi usado em Salisbury".
Moscovo nega qualquer envolvimento no envenenamento do ex-espião e exigiu que os seus "peritos tenham acesso às amostras analisadas mencionadas na perícia da OPAQ".
Serguei Skripal, e a filha, Yulia, foram encontrados inconscientes a 4 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra.
Os Skripal estiveram em estado crítico durante mais de um mês, até que, na semana passada, Yulia recuperou, tendo tido alta na terça-feira, e, já esta semana, Serguei Skripal saiu do estado crítico, mantendo-se contudo hospitalizado.
O caso Skripal provocou uma crise diplomática que se traduziu numa ação coordenada inédita de expulsão de mais de 300 diplomatas russos de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e dois terços dos países membros da União Europeia.