O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, declarou hoje esperar que os países ocidentais não "entravem a operação antiterrorista" em Idleb (noroeste), última região síria fora do controlo das forças governamentais.."Espero que os nossos parceiros ocidentais não apoiem provocações" em Idleb, declarou numa conferência de imprensa com o seu homólogo saudita, Adel al-Jubeir..Os 'media' russos divulgaram que a Rússia reforçou nos últimos dias a sua presença militar ao largo da Síria por temer ataques dos ocidentais contra as forças governamentais após uma "provocação" dos rebeldes..O regime sírio de Bashar al-Assad, do qual Moscovo é o principal aliado, quer reconquistar a região de Idleb, 60% da qual é dominada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS, formado por membros do antigo ramo da Al-Qaida) e que conta também com uma multitude de grupos rebeldes..O futuro da província de Idleb suscita preocupação aos ocidentais, que na terça-feira alertaram contra as "consequências catastróficas" de uma ofensiva militar, numa reunião na ONU dedicada à situação humanitária na Síria..Uma ofensiva do regime sírio contra Idleb, na fronteira com a Turquia, parece iminente e a Rússia acusou no sábado os rebeldes sírios de prepararem um ataque químico na província para poderem depois culpar o regime de Damasco, dando um pretexto aos ocidentais para atacarem as posições do exército sírio na região..O porta-voz do Ministério de Defesa russo, Igor Konachenkov, afirmou num comunicado que o HTS está "a preparar uma nova provocação para acusar o governo sírio de utilizar armas químicas contra a população civil da província de Idleb"..Konachenkov acusou ainda os serviços secretos britânicos de "participarem ativamente" nesta "provocação", para dar "mais uma razão às forças norte-americanas, britânicas e francesas para realizarem ataques aéreos contra as forças do regime sírio"..Em abril, as forças daqueles três países lançaram mísseis sobre alvos sírios em resposta ao alegado ataque com gás sarin e cloro em Duma, perto de Damasco, que causou 40 mortos..Idleb faz parte das "zonas de distensão" criadas nas negociações de paz de Astana, patrocinadas pela Rússia, Turquia e Irão. É para esta província que o regime tem enviado os rebeldes e civis que fez sair das áreas reconquistadas após cercos e assaltos muito violentos..Mais de 350.000 pessoas morreram e milhões foram obrigadas a deixar as suas casas desde o início da guerra da Síria em 2011.