Singapura detém 21 membros de seita sul-coreana acusada de provocar surtos
As autoridades de Singapura prenderam 21 pessoas que se pensa estarem ligadas a uma seita religiosa sul-coreana, acusada de estar na origem de milhares de infeções de covid-19 na Coreia do Sul.
As 12 mulheres e nove homens foram detidos por "alegadamente serem membros de uma sociedade ilegal", informou o Ministério dos Assuntos Internos de Singapura, em comunicado.
Segundo a nota, o grupo tinha participado em "atividades ligadas à secção local não declarada da Igreja Shincheonji de Jesus" (SCJ), registada na Coreia do Sul.
Em fevereiro, as autoridades já tinham ordenado à igreja que cessasse as atividades, tendo então deportado cinco membros coreanos, acrescentou o executivo de Singapura.
Apesar disso, "a secção local da SCJ retomou as suas atividades dissimuladamente, sob a direção da igreja sul-coreana", precisou o Ministério.
O governo de Singapura "não permitirá que membros de sociedades ilegais ou pessoas a elas associadas ameacem a segurança pública, a paz e a boa ordem", pode ainda ler-se na nota.
Os 21 detidos enfrentam penas de três anos de prisão, além de multa.
Em agosto, procuradores da Coreia do Sul prenderam o líder da seita, após alegações de que a igreja dificultou as medidas de combate do governo à pandemia, depois de milhares de fiéis terem sido infetados, em fevereiro e março. O homem, de 88 anos, foi libertado sob fiança na quinta-feira, por razões de saúde.
O líder da seita negou as acusações, afirmando que a igreja estava a cooperar com as autoridades sanitárias.
Um porta-voz da igreja na Coreia do Sul, Kim Young-eun, disse à agência Associated Press (AP) que não acredita que os membros em Singapura tenham participado em cultos presenciais ou em reuniões proibidas, desde o surgimento da pandemia de covid-19.
Mais de 5200 dos 27 942 casos de coronavírus registados na Coreia do Sul desde o início da pandemia foram relacionados com a igreja.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1 275 113 mortos em mais de 51,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.