Sindicato fala em motoristas detidos. GNR diz que foram só identificados
Dois motoristas foram esta tarde detidos pela GNR em suas casas na zona de Lisboa e foram escoltados, detidos, para a empresa de transportes em que trabalham, em Aveiras de Cima para realizar os serviços decretados pelo governo, declarou aos jornalistas o porta-voz do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, Pardal Henriques. A GNR diz que foram quatro trabalhadores notificados e que não há nenhum detido.
"Foram detidos em casa para virem às instalações da empresa, senão seriam levados para a esquadra. Vieram falar com a empresa", afirmou este responsável sindical, em Aveiras de Cima.
Em causa, prosseguiu, está o facto de estes profissionais se recusarem a trabalhar. "Imaginem o risco que estas pessoas vão correr, alguém que é detido em casa porque é obrigado a trabalhar simplesmente porque está a exercer um direito perfeitamente legítimo à greve e porque se recusou a trabalhar", declarou Pardal Henriques.
A GNR esclareceu que foram apenas "quatro trabalhadores notificados de que a sua não comparência no local de trabalho constituía a prática do crime de desobediência". Diz ainda que os motoristas visados "decidiram voluntariamente cumprir o serviço para o qual estavam nomeados", pelo que "não se encontra nenhum trabalhador detido".
Aníbal Cartaxo, um dos motoristas que foi obrigado a trabalhar, disse, no entanto, que se não viesse fazer a escala, para que estava indicado, seria detido.
"Se não viesse trabalhar ficava detido, ia preso", contou aos jornalistas, à saída de uma empresa de camiões-cisterna, dizendo que foi apenas identificado.
Os motoristas que se recusem a cumprir a requisição civil decretada pelo governo incorrem em crime de desobediência.