Serviços Secretos apagaram mensagens do ataque ao Capitólio, diz governo

As mensagens podem ser cruciais para as investigações sobre se Donald Trump e os seus assessores próximos encorajaram a insurreição dos apoiantes do ex-presidente no Capitólio.
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Os Serviços Secretos dos Estados Unidos apagaram mensagens de texto dos seus agentes enviadas durante os distúrbios de 6 de janeiro no Capitólio, disse um órgão de vigilância do governo numa carta publicada na quinta-feira (14).

O inspetor-geral do Departamento de Segurança Interna, Joseph Cuffari, disse ao Congresso na carta datada de quarta-feira que o seu escritório teve dificuldades em obter os registos dos Serviços Secretos de 5 e 6 de janeiro de 2021.

As mensagens podem ser cruciais para as investigações da Câmara e do Departamento de Justiça sobre se Donald Trump e os seus assessores próximos encorajaram a insurreição dos apoiantes do ex-presidente no Capitólio.

O ataque pretendia impedir a certificação do seu rival democrata Joe Biden como vencedor das eleições de novembro de 2020.

Agentes dos Serviços Secretos estavam com Trump naquele dia, assim como o vice-presidente Mike Pence, que se escondeu no Capitólio depois de manifestantes pró-Trump pedirem que ele fosse enforcado.

A 29 de junho, um ex-funcionário da Casa Branca disse à investigação que Trump tinha tentado forçar os Serviços Secretos a levá-lo ao Capitólio para se juntar aos seus apoiantes.

"O Departamento notificou-nos que muitas mensagens de texto dos Serviços Secretos dos Estados Unidos (USSS), datadas de 5 e 6 de janeiro de 2021, foram apagadas como parte de um programa de substituição de dispositivos", escreveu Cuffari na carta publicada primeiramente pelo The Intercept e depois pelo Politico.

"O USSS excluiu essas mensagens de texto depois de o OIG (Escritório do Inspetor-Geral) solicitar os registos de comunicações eletrónicas" para revisão em 6 de janeiro, disse ele.

Além disso, o departamento tem demorado a fornecer outros registos ao EIG, acrescentou.

Num comunicado, o porta-voz do Serviço Secreto Anthony Guglielmi negou a alegação. Disse que os telefones dos oficiais estavam a ser apagados como parte de um programa de substituição planeado que começou antes de o EIG solicitar as informações seis semanas após a insurreição.

"O Serviço Secreto informou (...) a perda de dados de certos telefones, mas confirmou ao OIG que nenhum dos textos que procurava se perdeu na migração", disse ele.

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