Sem surpresa, CDUL e Direito estão na final da Divisão de Honra

Depois das fáceis vitórias nas meias-finais que tiveram lugar esta tarde, universitários e advogados vão pelo 3.º ano consecutivo discutir entre si, no próximo sábado e no Jamor (15.00), o título nacional.
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As duas melhores equipas nacionais confirmaram o seu estatuto de grandes favoritas a disputarem a final do campeonato ao vencerem esta tarde as suas partidas das meias-finais. No Estádio Universitário de Lisboa, o CDUL bateu Agronomia (20-8), enquanto em Monsanto Direito não teve problemas para derrotar o Técnico, por concludentes 41-12.

No Universitário e englobado nas comemorações do Dia das Mulheres do CDUL - e com as bancadas embelezadas por flores e senhoras como há muito não se via -, os campeões nacionais começaram melhor e logo no 2.º minuto Pedro Cabral desperdiçou uma penalidade. A equipa da casa dominava a partida perante uma Agronomia muito encolhida e arrancadas de Geordie McSullea (perdida por um Diogo Toorn muito pouco decidido) e Nuno Penha e Costa quase proporcionaram ensaios. Mas finalmente aos 16' tanto domínio resultava em pontos, numa penalidade de Cabral (3-0).

A partir daí os agrónomos, a lutarem mais e melhor pela bola no solo, tomaram conta da partida perante um CDUL estranhamente apático e sem capacidade para fazer a oval chegar às suas perigosas linhas atrasadas. No apoio a uma cavalgada de João Pratas, Bernardo Campelo quase marcou e a seguir foi o outro centro, Guilherme Covas, a deixar a defesa da casa em palpos de aranha. Altura em que, pela primeira vez, se começava a ouvir o célebre "Agro, Agro, Agronomia" por parte dos seus adeptos.

Mas sem um chutador de jeito, a equipa da Tapada não pode ganhar jogos deste tipo de tudo-ou-nada. Jack Harris falhou de forma escandalosa um fácil pontapé, mas à segunda tentativa, lá conseguiu acertar, empatando a 3-3, aos 30'. Até ao intervalo, e a jogar com um homem a menos por exclusão de João Almeida), o CDUL voltava a liderar 6-3 graças ao pés de Cabral. E em cima do apito para o descanso Harris desperdiçaria nova penalidade...

O 2.º tempo começou praticamente com o primeiro ensaio para os da casa, com o n.º 9 Nathan Munro a correr 30 metros logo no minuto inicial, esburacando a defesa contrária que ainda devia ter a cabeça nos balneários e dando ao seu capitão Gonçalo Foro, único que acreditou e o acompanhou para fazer os 13-3.

A partir daí o CDUL meteu os agrónomos numa autêntica camisa-de-forças - só pisariam a área universitária a 3' do final! - e aos 52' de novo Foro, como um verdadeiro nono avançado, acompanhou o seu pack numa imparável sucessão de fases para marcar debaixo dos postes e colocar o resultado em distantes 20-3.

Até ao final do encontro o CDUL continuou sempre a procurar marcar mais ensaios (todas as faltas eram jogadas para a touche...), perante uma Agronomia já conhecedora do seu destino e só animou um pouco com a entrada do talonador Marthinus Hoffman que, mesmo lesionado, ainda mostrou ser um jogador de enorme nível. E aos 78 lá conseguiu marcar o seu merecido ensaio de honra, através do capitão António Duarte, estabelecendo os finais 20-8.

Já em Monsanto a partida foi muito mais desnivelada do que se esperaria, pois o Técnico foi demasiado débil, com os jogadores sempre muito nervosos e inseguros (então a receção de bolas altas foi um descalabro ao dar três ensaios ao adversário!) a mostrarem a sua inexperiência neste tipo de jogos.

Pelo seu lado Direito, que alinhou 'au grand complet', com o regresso de Vasco e Gonçalo Uva, Adérito Esteves, Pedro Leal, José Maria Vareta e Nuno Sousa Guedes, esteve muito perto do Direito dos grandes dias e tendo no n.º 8 Pedro Rosa o seu melhor elemento e no abertura Gonçalo Malheiro - ao qual foi permitido que dirigisse todo o jogo da sua equipa sentado num confortável sofá...- um formidável 'playmaker', dominou a 1.ª parte a seu bel-prazer (então nas mêlées e alinhamentos foi penoso ver o desempenho da avançada das Olaias...) e aos 34' já vencia por inacreditáveis 22-0, com ensaios de Pedro Rosa, Manuel Vilela e Francisco Palhavã.

Só aos 35, os engenheiros (onde o trio neozelandês hoje não teve a preponderância habitual) pisaram por fim a área de 22 contrária e puderam logo marcar numa sucessão de mauls e rucks através do 2.ª linha Gonçalo Faustino (22-7). Mas em cima do intervalo novo lance rápido do quinze da casa permitiu a Nuno Sousa Guedes fazer o 4.º ensaio da sua equipa, para 27-7 no descanso.

A 2.ª parte começou com novo ensaio dos advogados, num brinde de Duarte Marques bem aproveitado pelo bem regressado Vasco Uva, que transmitiu ao veloz João Vaz Antunes para obter o seu 14.º ensaio na prova (2.º melhor marcador). E apesar de, a partir daí, o Técnico ter mais posse de bola, os engenheiros nunca conseguiram construir ocasiões de perigo perante uma equipa que se limitava a controlar - e aos 73' aproveitaria mais uma oferta numa bola alta mal captada para fazer o 6.ºensaio atráves de João Silva, para 41-7.

Já em cima do apito final de Paulo Duarte o Técnico conseguiria o seu segundo ensaio, com os avançados a trabalharem bem para Jonathan Kawau marcar e fazer os definitivos 41-12.

E assim CDUL (18 títulos) e Direito (9) vão estar, pelo terceiro ano consecutivo, na final do campeonato. Em 2103 venceu a equipa de Monsanto e no ano passado foi a vez do CDUL. Sábado irão desempatar...

Entretanto na 1.ª Divisão também ficaram a ser conhecidos os dois finalistas que, para lá de irem discutir o título no próximo sábado (também no Jamor, pelas 17.30), irão ambos subir à Divisão de Honra na próxima época. São eles o Lousã, que bateu em casa o R Santarém (43-10) e o CR Évora, que derrotou igualmente em casa o Benfica, por 29-17.

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