Sem goleadores e sem estrelinha campeões perdem dois pontos

FC Porto pode dar o golpe final na Liga este domingo, depois de o Sporting, sem os seus melhores marcadores, não ter passado de uma igualdade na deslocação ao Funchal, graças a um golo de Slimani
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O Sporting complicou este sábado as suas aspirações de chegar ao bicampeonato, ao não passar de um empate a um golo na deslocação ao Funchal, onde defrontou o Marítimo em partida da 24ª jornada. Os lisboetas entraram praticamente a perder mas, apesar de terem empatado ainda no primeiro tempo, acabaram por não conseguir dar a volta ao marcador, isto mesmo dispondo de várias oportunidades para o fazer, sobretudo na fase final da partida. Caso bata o Gil Vicente este domingo, o FC Porto abre uma vantagem de oito pontos que, nesta altura, parece ser irrecuperável.

Para uma viagem sempre complicada - nas dez deslocações anteriores aos Barreiros, o Sporting apenas vencera quatro vezes -, Rúben Amorim guardou segredo até ao fim sobre a forma como iria colocar o seu onze no relvado numa partida em que teve de gerir cinco ausências (Feddal foi o último a juntar-se aos indisponíveis), entre elas as de dois dos seus melhores marcadores, Pote e Sarabia. Acabou por optar por juntar Slimani a Paulinho - que recuava um pouco de modo a tentar criar superioridade -, com Matheus Nunes como interior esquerdo e Daniel Bragança como direito (posição onde não se mostrou muito à vontade, diga-se). Já Vasco Seabra, que na época passada já conseguira travar o percurso do campeão ao serviço do Moreirense, também mudou algumas peças, prescindindo de Joel Tagueau no ataque e fazendo entrar Xadas para uma posição mais recuada, tentando assim tirar liberdade, com sucesso, a Ugarte nas saídas leoninas.

Se as alterações feitas por Amorim podiam surpreender o Marítimo nunca se saberá, tal a rapidez com que os leões se encontraram a perder na partida. A jogada dos insulares até foi boa, soltando André Vidigal na esquerda. O centro deste nem por isso... não fosse Nuno Santos fazer um corte desastrado de cabeça que deixou a bola ao alcance de Xadas, que rematou rasteiro. A bola caprichosamente tocou em Gonçalo Inácio e acabou por surpreender Antonio Adán.

Estavam jogados cinco minutos e as coordenadas do jogo alteravam-se logo aí. O Marítimo recuou e o Sporting foi pressionando, ganhando cantos uns atrás dos outros e desperdiçando duas excelentes ocasiões para igualar; quando Slimani, a um metro da baliza, desviou em demasia um cabeceamento de Coates (14'), e depois num lance em que Daniel Bragança demorou a chutar após Paulinho tirar Paulo Vítor da baliza (21'). Pelo meio, Beltrame tentou um remate cruzado que o guarda-redes espanhol do Sporting apanhou sem grandes problemas (18').

Jogando quase sempre no meio-campo contrário, os campeões nacionais fariam o 1-1 ainda antes do descanso, num lance em que Matheus Reis, apesar de estar a jogar como central, conseguiu chegar à linha de fundo e centrar atrasado, permitindo ao seu novo colega argelino bater Paulo Vítor com um remate frontal. Quase seis anos depois, Slimani voltou a celebrar de leão ao peito, marcando pela primeira vez no recinto dos verde-rubros (38').

No entanto, um minuto depois e Adán tinha de ir novamente ao fundo da baliza buscar a bola rematada por Alipour, após Coates não conseguir fazer um corte - valeu aos lisboetas a posição irregular de Xadas no início do lance. Até ao descanso, os adeptos da casa também apanharam um susto, quando Paulo Vítor não conseguiu segurar um cruzamento de Porro, mas a bola ficou numa zona de ninguém e o brasileiro pôde corrigir o erro.

A segunda parte começou com nova oportunidade leonina, mas o remate cruzado de Paulinho foi desviado pelo guarda-redes da casa e esperou-se nova avalanche ofensiva dos verde e brancos (desta feita de amarelo). Tal acabou por não acontecer. O Marítimo fechou melhor os caminhos para a sua baliza e o Sporting sentiu dificuldades em ganhar espaço no último terço. Conseguia-o em lances de bola parada, onde Coates impunha o seu jogo aéreo, mas o desacerto do uruguaio acabou por raramente assustar os homens da casa.

Com o aproximar do final, o Sporting ganhou por fim mais ascendente e podia ter marcado em várias ocasiões. A melhor delas deu-se aos 75 minutos, quando uma saída com classe de Matheus Reis chegou ao flanco direito: Porro arrancou então um remate estupendo que fez a bola embater na trave e ressaltar para o poste - a "estrelinha" que muitas vezes acompanhou a equipa na época passada parece ter-se apagado este ano. A pressão final, já com o capitão na frente, ainda proporcionou mais algumas ocasiões (numa delas Coates pediu penálti, depois de ser atingido na cabeça por um defesa da casa) mas o resultado não sofreria alteração. Tal como sucedera ao FC Porto, também o Sporting deixou dois pontos nos Barreiros. "Não fomos bons o suficiente para vencer o jogo. Temos de marcar mais golos", afirmou no final Rúben Amorim.

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