Seis estudantes receberam assistência médica

Seis estudantes receberam assistência médica, dois deles no próprio hospital, em consequência da "carga" da PSP durante o protesto "espontâneo" da manhã de hoje na Escola Alberto Sampaio contra a agregação do estabelecimento num "mega-agrupamento".
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Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Estudantes da escola, Pedro Martins, disse que os dois estudantes, ambos menores de idade, já "tiveram alta", mas terão que ser acompanhados nos próximos dias.

A diretora da escola, Manuela Gomes, explicou que a ação dos alunos surgiu depois de ter sido dado conhecimento aos responsáveis pelo estabelecimento, na quinta-feira, à noite, que a fusão com outra escola seguiria adiante, mesmo com o processo de autonomia da escola a "decorrer".

"Não foi nada combinado. Surgiu de forma totalmente espontânea. Nós não queremos esta agregação e foi isso que quisemos manifestar. Estava a ser um protesto pacífico até a PSP começar a abrir caminho entre os alunos e um deles ter deitado mão ao gás pimenta e atirado sobre nós", disse o presidente da Associação de Estudantes.

Pedro Martins explicou que as idades dos colegas atingidos pelo gás pimenta varia entre os 12 e os 15 anos e disse que "a PSP devia ter tido em conta que ali estavam alunos desde o 7º ao 12º, todos menores de idade".

O INEM "prestou no local assistência a seis alunos mas dois foram encaminhados para o Hospital de Braga" tendo já tido alta mas, , contou Pedro Martins, "vão ter que receber antibióticos e acompanhamento durante os próximos dias".

A diretora da Alberto Sampaio explicou à Lusa que a "revolta" dos alunos surgiu depois de ter sido publicitada, em Diário da Republica, a agregação da escola com uma outra, a de Nogueiró, e ter sido dado nota aos responsáveis do estabelecimento.

"Não percebemos a razão deste mega-agrupamento. Tínhamos a decorrer o processo para o Contrato de Autonomia da 'Alberto Sampaio' e um outro com o pedido de suspensão da agregação. Nenhum dos dois teve resposta e ontem [quinta-feira] fomos confrontados com esta decisão", explicou.

Manuela Gomes afirmou que já deu "conhecimento" dos factos de hoje aos superiores hierárquicos e adiantou que irá iniciar " um processo rigoroso de averiguações sobre tudo aquilo que aconteceu".

A professora não confirmou os moldes em que decorreu a ação da polícia uma vez que, justificou, "ainda não tinha chegado ao local quando tudo terá acontecido".

Durante o dia de hoje não haverá aulas na 'Alberto Sampaio', mas Manuela Gomes assegurou que o "normal funcionamento da casa será reatado segunda-feira".

Alguns alunos continuam reunidos à porta do estabelecimento, acompanhados dos encarregados de educação que, entretanto, se dirigiram ao local.

"Ouvimos que havia aqui ambulâncias e entrámos em pânico por não sabermos o que se passava com os nossos filhos. Não há o direito de usar força contra miúdos", afirmou à Lusa uma das mães presentes no local.

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