A Fidelidade recebeu 1468 sinistros até domingo, devido ao mau tempo, dos quais "mais de 90%" referentes a incidentes em habitações, e a Tranquilidade recebeu, até esta sexta-feira, 675 participações de sinistros, dois terços também relativos a habitações..A seguradora refere, em comunicado, que, "por forma a agilizar o processo de peritagem", tem, desde o fim de semana, uma equipa de 50 peritos a trabalharem no terreno, "para o levantamento de danos e prejuízos causados pela depressão que afetou o país com maior incidência na região do Norte"..Por sua vez, a Tranquilidade recebeu 675 participações de sinistros até esta segunda-feira, dois terços referentes a habitações e 25% relacionadas com comércio e indústria, indicou à Lusa fonte da companhia de seguros..Segundo a mesma fonte, as zonas mais afetadas ficam na região do norte do país, designadamente Braga e Guimarães, Porto, Penafiel e Vila Nova de Famalicão..Seguradoras nas zonas afetadas a recolher informações.A Associação Portuguesa de Seguradores afirmou que as empresas de seguros já estão nas zonas afetadas pelo mau tempo para recolher as informações necessárias para pagar as indemnizações, sendo que o levantamento de sinistros ainda não está concluído.."As empresas de seguros estão no terreno a recolher as informações necessárias para o pagamento das indemnizações devidas", referiu à Lusa fonte oficial da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), adiantando que o objetivo é que as populações possam retomar a normalidade o mais depressa possível..Em resposta à Lusa, a mesma fonte oficial indicou que a APS já lançou o inquérito às empresas de seguros suas associadas para recolher os dados globais relativos aos sinistros registados, tendo adiantado que neste momento as seguradoras continuam a receber participações de sinistros..Neste contexto, a "APS transmitirá informações sobre estes dados" assim que estejam estabilizados..O presidente APS, José Galamba de Oliveira, numa declaração escrita precisou que tudo está a ser feito com o objetivo de "apoiar as populações a retomar a normalidade o mais breve possível, dando resposta às necessidades mais prementes e permitindo a rápida reparação e reconstrução dos bens e estruturas danificadas pelo mau tempo"..Abastecimento de água reposto na Lousã e em Tábua.O abastecimento de água aos concelhos de Lousã e Tábua já se encontra normalizado, disse esta segunda-feira o comandante operacional distrital de Coimbra (CODIS), Carlos Luís Tavares, à Lusa..Devido ao mau tempo, o fornecimento às populações sofreu algumas perturbações desde sexta-feira, nos municípios de Lousã, Tábua e Arganil, no distrito de Coimbra..Nos dois primeiros concelhos, as avarias já foram reparadas, enquanto em Arganil, hoje, "os bombeiros ainda estão a fazer a distribuição" nalgumas povoações, com autotanques, informou outra fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS)..Em Arganil, "ainda não está tudo regularizado", disse à Lusa o presidente da Câmara, Luís Paulo Costa..O autarca prevê que "a situação fique totalmente normalizada ainda hoje", estando a decorrer trabalhos de reposição do abastecimento, que falhou sobretudo na vila de Arganil, além de Secarias e Sarzedas..Na sequência dos diversos estragos causados nas redes pelo mau tempo, as câmaras de Lousã, Tábua e Arganil tiveram de recorrer ao apoio dos corpos de bombeiros, que passaram a assegurar a distribuição nas localidades afetadas.."No domingo, ao fim da tarde, o abastecimento de água foi reposto no concelho da Lousã", confirmou à Lusa uma fonte da Câmara Municipal.No município de Tábua "está tudo a funcionar" também desde domingo, tendo a autarquia encontrado "uma solução provisória", segundo o presidente da Câmara, Mário Loureiro..Altice recuperou serviços de mais de 90% dos clientes.A Altice Portugal informou hoje que já recuperou os serviços de mais de 90% dos clientes afetados pelas depressões Elsa e Fabien, que nos últimos dias fustigarem o território português.."Neste momento, os distritos mais afetados são Viseu, Coimbra, Guarda, Aveiro e Vila Real, sendo que ao longo dos últimos dias o impacto se fez sentir também de forma significativa em Bragança, Braga, Porto, Viana do Castelo e Grande Lisboa", refere a Altice Portugal em comunicado..A empresa de telecomunicações enaltece também "o profissionalismo, dedicação e trabalho de mais de um milhar dos seus operacionais que se mantém no terreno, já há vários dias seguidos, apesar das condições meteorológicas muito adversas"..No comunicado, a Altice Portugal refere que as equipas têm visto "o seu trabalho limitado por vários fatores que não permitem a intervenção, sobretudo na zona Centro do país", como as zonas com planos de emergência municipal ou em áreas completamente intransitáveis, por "perigo de derrocadas ou por se encontrarem alagadas"..A empresa adianta que as equipas têm visto o seu trabalho no terreno ser dificultado "também pelas condições de segurança que têm de ser garantidas e que são, em muitos casos, fatores impeditivos para aceder à reposição de alguns clientes"..A Altice refere ainda que decidiu manter o contingente operacional ativo no território durante a quadra natalícia para levar a cabo a reposição de serviços para que, assim que seja possível intervenção no terreno, a mesma seja realizada..Paralelamente, a Altice Portugal comunica que reforçou as equipas de atendimento ao cliente de modo a acompanhar a todo o momento as necessidades no território português..A empresa salienta que "a recuperação dos serviços tem estado igualmente dependente de fatores externos às infraestruturas de telecomunicações, nomeadamente da energia, cuja reposição tem contribuído de forma considerável para o aumento da rapidez na recuperação de sites da Altice Portugal em todo o país"..A Altice Portugal lamenta "não estar a garantir a habitual taxa de concretização de novas instalações", já que "está compreensivelmente a privilegiar a reposição de serviços" aos clientes afetados..O gabinete de Crise da Altice Portugal vai manter-se ativo..Regresso a casa dos mais de 26 habitantes de Arcos de Valdevez.Os 26 habitantes do lugar de Frades, na freguesia de Portela, em Arcos de Valdevez, regressam esta segunda-feira a casa depois de estar afastado o perigo de deslizamento de terras, anunciou o presidente da Câmara local..Os 26 habitantes daquele lugar no distrito de Viana do Castelo foram retirados de casa na sexta-feira "por prevenção e salvaguarda da comunidade", face ao perigo de deslizamento de terras.."Estão reunidas as condições de segurança para que as pessoas possam regressar às suas casas, o que acontecerá durante a tarde", disse João Manuel Esteves..Em causa está o mesmo lugar onde há 19 anos uma tromba de água matou quatro pessoas..De acordo o autarca social-democrata, responsável pela proteção civil municipal, a decisão de permitir o regresso dos habitantes a Frades, sobretudo idosos, foi hoje tomada após uma reavaliação da situação.."Os investigadores da Universidade do Minho, responsáveis pelo estudo "Risco de Movimento de Vertente" visitaram o local. Reunimos o dispositivo municipal de proteção civil e, depois da análise dos resultados acumulados de precipitação e da previsão meteorológica para os próximos dias, decidimos pelo regresso das pessoas", especificou João Manuel Esteves..A decisão de evacuação do lugar de Frades foi tomada, na sexta-feira, cerca das 16:00, "face à chuva que tinha caído na região e à previsão de mais pluviosidade" durante o fim de semana. A retirada das pessoas foi iniciada cerca das 17:17, numa operação coordenada pelos Bombeiros de Arcos de Valdevez..Os 26 habitantes foram realojados numa instituição e numa residencial do concelho..A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) assegurou que, na sequência das depressões Elsa e Fabien, foram registados "prejuízos sérios" nos pastos, que se refletem na alimentação animal, e exigiu um plano de emergência, criticando a "propaganda" do Governo.."Houve prejuízos sérios nos pastos para os animais. No baixo Mondego há milhares de hectares submergidos [...]. Registaram-se muitos prejuízos em infraestruturas. Os produtores pecuários quando não [sofrem] com a falta de água é com o excesso de água", afirmou, em declarações à Lusa, João Dinis, membro da direção da CNA..De acordo com este responsável, verificaram-se assim estragos, por exemplo, nas estufas, nos "estaleiros do arroz" e em pequenas valas..Na quinta-feira, o Ministério da Agricultura garantiu, em comunicado, estar a acompanhar a evolução da depressão Elsa, sublinhando que os técnicos das Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP) estão "prontos a intervir" no levantamento dos prejuízos.."O Ministério da Agricultura que viu encerrada a maior parte das zonas agrárias acompanha o quê? De helicóptero?", questionou hoje João Dinis..Para a CNA é, assim, necessário que os sucessivos governos "deixem a propaganda em que se especializaram nos últimos anos" e que procedam, entre outros aspetos, à manutenção dos grandes diques do Mondego e à conclusão da obra de rega, para além de acionarem um plano de emergência para a produção pecuária.."Os produtores têm que comprar alimentação para os animais e isso aumenta muito os custos de produção, num contexto em que os preços do leite e da carne se mantêm relativamente baixos", sublinhou..A confederação disse ainda que vai, novamente, apresentar ao Governo, em especial aos ministérios da Agricultura e do Ambiente, as suas preocupações..Diminui risco de cheia no Mondego.A situação de cheia na bacia do Mondego começou a ter hoje os primeiros sinais positivos de melhoria e diminuição do grau de risco, disse o comandante distrital de operações de socorro (CODIS) de Coimbra.."Depois de uma luta desigual contra as forças da natureza nestes últimos dias, começámos a ter hoje os primeiros sinais positivos de melhoria", disse Carlos Luís Tavares aos jornalistas, numa conferência de imprensa realizada em Montemor-o-Velho..O comandante operacional frisou que para a melhoria registada contribuiu a diminuição do caudal no leito central do rio Mondego..O débito atual situa-se nos 646 metros cúbicos por segundo (m3/s) no Açude-Ponte de Coimbra, cerca de metade do valor indicativo de cheia, que é de 1.200 m3/s, e mais de três vezes inferior ao caudal registado no sábado, que ultrapassou o limite de segurança de 2.000 m3/s..Para esta melhoria contribuíram as condições meteorológicas favoráveis e o facto de a barragem da Agueira estar a libertar água "nos caudais mínimos", de cerca de 400 m3/s..Dois mortos e um desaparecido devido ao mau tempo.Apesar dos "sinais claros de melhoria e diminuição do grau de risco" evidenciados por Carlos Luís Tavares, com "menos caudal e menos intensidade", o comandante operacional avisou que o risco de cheia continua"..Os efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, já provocaram dois mortos e um desaparecido e deixaram 144 pessoas desalojadas e outras 352 deslocadas por precaução, registando-se mais de 11 600 ocorrências, na maioria inundações e quedas de árvores..O mau tempo, provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou no sábado a depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.