Segunda volta das departamentais. França à hora do tripartidarismo

Vitória da UMP de Sarkozy é quase certa. PS de Hollande tenta gerir danos. Frente Nacional impõe-se como um dos três grandes.
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Quando nesta noite forem conhecidos os resultados da segunda volta das departamentais em França, uma coisa parece certa: a vitória da UMP e o regresso do seu líder, o ex-presidente Nicolas Sarkozy. As dúvidas residem em saber a dimensão exata da derrota dos socialistas do presidente François Hollande, e em saber se a Frente Nacional de Marine Le Pen consegue conquistar algum departamento. Afinal, com mais de 26% dos votos, a extrema-direita ficou em segundo lugar na primeira volta de umas eleições que vieram confirmar a entrada na França numa nova era política: a do tripartidarismo.

Desde o início da V República, em 1958, que França se acostumara a viver ao ritmo da alternância entre socialistas e direita tradicional. Isso acabou. O primeiro sinal foi a vitória da Frente Nacional de maio de 2014 com perto de 25% dos votos. Na semana passada, o partido de Marine Le Pen não venceu, mas foi segundo, com mais de 26%. E impôs-se como um dos três grandes.

Hoje essa força vai refletir-se nas urnas. Ou não estivesse a grande novidade desta segunda volta diretamente ligada ao bom resultado da extrema-direita: o grande número de triangulares. Dos 1100 cantões (subdivisões dos departamentos) que vão às urnas (num total de 2045), 278 têm três candidaturas em competição

E mesmo naqueles cantões onde a decisão se limita a duas candidaturas, a clássica divisão esquerda-direita está ultrapassada. Há casos de duelos entre esquerda e extrema-direita ou entre direita e extrema-direita.

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