A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, admitiu esta sexta-feira que se continuam a viver "tempos muito difíceis e muito desafiantes", questionando se a conjuntura permitirá ao setor "salvar a Páscoa" de 2022.."Lembro que nas primeiras reuniões que tivemos com a APAVT [Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo] falávamos da Páscoa de 2020, se a salvaríamos. Não salvámos a Páscoa, não salvámos o Natal, também não salvámos a Páscoa de 2021 e vamos ver se salvamos a Páscoa de 2022", disse Rita Marques no 46.º Congresso Nacional da APAVT, que terminou hoje em Aveiro..A secretária de Estado lembrou que a pandemia teve "impactos brutais" no turismo, um dos setores mais afetados pela covid-19.."Em 2019 tivemos a nível de resultados líquidos do setor mais de mil milhões de euros. Em 2020 estamos a falar de cerca de 1,5 mil milhões negativos", lembrou.."São tempos muito difíceis e muito desafiantes", sublinhou, numa altura em que se dá um novo aumento de casos de covid-19 e aparecimento da variante Ómicron..Depois de todos os alertas que foram sendo dados ao longo do congresso, que junta vários agentes de muitos segmentos do setor turístico, Rita Marques disse que o "evento foi também uma oportunidade para que o próprio setor" e "todos os empresários possam fazer um grito de alerta, dando conta que continuam a solicitar ajuda"..E - garantiu - "essa ajuda naturalmente tem que vir".."O senhor ministro deu nota de que vamos continuar a trabalhar no programa de apoio à manutenção do emprego. Temos hoje já aberta a linha de apoio do turismo, de 150 milhões de euros, que é uma linha importante principalmente para aquelas empresas que não conseguiram aceder à linha dos 'vouchers'", referiu a secretária de Estado do Turismo..Esta linha de apoio "é útil tanto para tesouraria como para investimento, permite que as empresas que tivessem capitais negativos em 2019 possam corrigi-los e aceder a esta linha de modo a garantir o estorno dos valores relativos aos 'vouchers'", explicou..A governante deu ainda conta que "75% das agências de viagens se socorreram até ao momento das várias linhas de apoio disponibilizadas", o que classificou de "alguma forma também desconcertante", já que pode indiciar que "este reencontro" - o tema do congresso da APAVT este ano - "não é de todos, mas só de alguns ou de muitos".."Continuaremos a trabalhar para que o setor do turismo na generalidade, das agências de viagens na especificidade, sejam um motor importantíssimo para a retoma deste país", concluiu.