"Se ganhar outra vez aqui, arranjo casa em Peniche"

John John Florence pode vencer pelo segundo ano consecutivo o título mundial em Portugal. Mas o havaiano não depende só de si
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Quando apareceu entre a elite mundial, John John Florence já era bem conhecido entre os melhores surfistas mundiais. Até Kelly Slater tinha alertado para a qualidade do jovem havaiano, que logo no ano de estreia, em 2011, precisou apenas de cinco provas para mostrar que tinha chegado ao principal campeonato de surf para ficar. Para que não restassem dúvidas, na época seguinte ganhou o seu primeiro evento e terminou em quarto no Mundial. Era um surfista para o espetáculo. Sem medo de arriscar manobras. Rapidamente ganhou a simpatia dos fãs e o Havai parecia ter o sucessor de Andy Irons, Sunny Garcia e Derek Ho.

O caminho até conquistar o título mundial foi longo e por vezes penoso, principalmente devido a algumas lesões. O miúdo que tanta expectativa criou amadureceu e aos 25 anos admite que muito mudou, ainda mais agora que é campeão mundial. "Aprendi muito, sou mais maduro psicologicamente. Antes não tinha nenhum plano. Ia surfar o melhor que podia e o mais rapidamente que conseguisse. Percebi que não podia ser assim neste nível de competição", explicou John John Florence ao DN.

O havaiano realçou como agora planeia mais o que pretende fazer, "para assim ter mais hipóteses de ganhar". E garante que ainda há espaço para continuar a aprender: "Estes dois últimos anos foram uma loucura na aprendizagem. Novas estratégias e novas ideias para enfrentar a competição."

Há um ano chegou a Peniche sem saber que poderia ser campeão. Só na conferência de imprensa é que teve conhecimento das contas que podiam beneficiá-lo. Neste ano está bem ciente do que tem de fazer - lidera o ranking -, apesar de não depender só de si para vencer o título em Peniche, já que Jordy Smith ainda tem uma palavra a dizer, assim como Gabriel Medina, Owen Wright, Matt Wilkinson, Julian Wilson, Adriano de Souza e Filipe Toledo. Um dos cenários é vencer e se Smith fizer pior do que o quinto lugar, então repete-se a festa de há um ano. "Se ganhar outra vez aqui, se calhar tenho de arranjar casa em Peniche", referiu um muito bem-disposto John John, ansioso pelo início da competição, até porque as previsões para este fim de semana apontam para uns verdadeiros Supertubos. "Vai ser espetacular", frisou.

Neste regresso a Peniche, muitas memórias tornaram-se mais vivas. "Muito aconteceu até eu ganhar aqui... Quando me disseram que poderia ser campeão fiquei supernervoso, tive de lidar com todas aquelas emoções, de estar nervoso e com receio", recordou. Neste ano o sentimento já é diferente, mas a vontade de ganhar é enorme. Apesar de tudo poder ficar adiado para o Pipeline que tão bem conhece, Florence rapidamente reforça a ideia que não se importa nada em resolver já a questão do campeonato em Portugal, apesar de estar a gostar da "disputa renhida". "Eleva a modalidade a outro nível haver tantos surfistas tão perto [na corrida ao título]".

Prova deve arrancar hoje

O período de espera da penúltima etapa do campeonato mundial começou ontem, mas só hoje os surfistas deverão arrancar com a competição. As previsões apontam para um grande fim de semana de surf. John John Florence irá estar no heat 6, com Kanoa Igarashi e Mason Ho.

Quanto aos portugueses, Vasco Ribeiro - que recebeu um wildcard ao sagrar-se campeão nacional - entrará em ação no heat 5, com Jordy Smith e Italo Ferreira. Frederico Morais, que está a fazer o ano de estreia entre a elite, estará no 12.º e último heat da primeira ronda, com Mick Fanning e Ian Gouveia. Os vencedores ficam apurados para a terceira ronda; os restantes vão disputar a segunda.

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