Sarkozy favorito na corrida a líder da UMP, já a pensar em 2017
Começa esta sexta-feira às 20:00 e só termina 244 horas depois a votação para escolher o novo presidente da UMP. E parece um dado praticamente adquirido que Nicolas Sarkozy será a escolha dos militantes para se tornar no novo líder da oposição ao presidente socialista François Hollande. Mas se quiser concretizar as suas ambições de voltar ao Eliseu em 2017, o ex-chefe do Estado tem pela frente grandes desafios, a começar por unir um partido fraturado e ganhar o duelo com o seu velho rival Alain Juppé nas primárias que irão definir o candidato da UMP às presidenciais.
"O meu primeiro desafio será voltar a unir a nossa família", admitiu Sarkozy ao Le Figaro. Aos 59 anos o ex-presidente é o grande favorito das diretas na UMP que terminam no sábado e contam ainda com as candidaturas dos deputados Hervé Mariton e Bruno Le Maire. Este último espera forçar Sarkozy a uma segunda volta, agendada para 6 de dezembro.
Apesar de o seu regresso à política, em setembro, ter sido considerado um falhanço pela maioria dos franceses, tudo indica que Sarkozy será o novo líder da UMP. O verdadeiro desafio virá depois: a luta com Juppé, 71 anos, nas primárias marcadas para 2016. Os politólogos concordam em dizer que "quem vencer as primárias será quase de certeza o próximo presidente de França", como disse à AFP Dominique Reynié, do think tank Fundação para a Inovação Política.
Com o presidente Hollande a bater todos recordes de impopularidade (a sua taxa de aprovação bateu nos 13%), esta fraqueza socialista faz temer uma eliminação da esquerda à primeira volta. A grande beneficiada com este cenário seria Marine le Pen, a líder da Frente Nacional, de extrema-direita.
Na direita, a corrida às primárias foi lançada em agosto por Juppé, o político mais popular de França e bem posicionado nas sondagens. Mas a entrada em cena de Sarkozy mergulhou o partido numa guerra aberta. Um dos momentos de tensão teve lugar no sábado, quando Juppé foi apupado em Bordéus, onde é presidente da Câmara, durante um comício de Sarkozy. Para os apoiantes da linha de direita do ex-presidente, o autarca é considerado demasiado moderado.