Sara Carinhas, o corpo e a alma de 'A Farsa'

A peça de Raul Brandão estreia-se hoje na sala estúdio do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, sob a forma de monólogo, de performance e instalação em que tudo acontece sobre a pele nua de uma atriz que aqui dá tudo de si.
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Vinda de um lugar fantasmagórico, uma voz grita dilacerada: "Ai que ma levam" e, num ápice, o escuro profundo da sala estúdio do Teatro Nacional D. Maria II transforma-se num velório onde distinguimos Anacleto, viúvo que "berra sacudido pelo desespero", Candidinha sentada num xaile coçado, Felícia cidadã honorária das servas de Deus, Patrícia de peito volumoso e mole, o escrivão Belisário "todo sebo"... são muitas as personagens em torno da morta mas todas elas acontecem num só corpo, o de Sara Carinhas, atriz, bailarina e performer que aqui explora os seus limites.

A Farsa, de Raul Brandão, estreou-se ontem pelo coletivo KARNART e fica até 19 de outubro. Um espetáculo de "perfinst" (performance/instalação) que prossegue o trabalho do grupo em torno da obra de Brandão depois de Húmus (2010) e de Ilhas (2012/13), a partir de As Ilhas Desconhecidas.

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