Salvador Malheiro: "Queremos condenar militantes que estão a prejudicar o PSD"
Presidentes de distritais do PSD em peso, à exceção de Pedro Pinto, líder da estrutura de Lisboa, assumem esta sexta-feira à tarde, em Santarém, uma posição conjunta de apoio a Rui Rio. Salvador Malheiro, vice-presidente do PSD garante que "queremos sobretudo condenar a atuação e o comportamento de alguns militantes que estão a prejudicar o partido e a contribuir para que o PSD tenha um mau resultado".
O também presidente da distrital de Aveiro garante que, ao contrário do que foi escrito, não é o 'pai' desta iniciativa que representa um cerrar de fileiras em torno do líder. "Foram três ou quatro presidentes de distrital que tiveram a ideia e eu desafiei os restantes a subscrever uma posição conjunta". Diz que "não houve pressões" e que só subscreveu "quem quis" o comunicado que vai ser divulgado publicamente em Santarém.
Subscreveram todos, menos o presidente da distrital do PSD de Lisboa, Pedro Pinto, que também não estará presente em Santarém. "Ele explicará porque não o faz, mas tem a ver com a gestão corrente das próprias estruturas", frisou Salvador Malheiro.
Pedro Pinto afirmou não ter tido acesso ao documento. "Não recebi o texto, logo não o posso assinar. Mesmo que tivessem enviado, não teria assinado antes de reunir a minha comissão política. É uma coisa básica ao nível das instituições", sublinhou ao Expresso o líder da distrital de Lisboa, que é muito próximo de Pedro Passos Coelho e apoiou Santana Lopes na corrida à presidência do partido.
Salvador Malheiro não quis dizer mais nada sobre esta posição de Pedro Pinto, apenas que teve com ele "uma conversa cordial", e afirma que a tomada de posição conjunta "só vincula" os presidentes das distritais e não as comissões políticas distritais.
O dirigente social-democrata insiste: "Não é uma moção de apoio a Rui Rio, é uma condenação a quem está a prejudicar o partido!"
A iniciativa que junta os dirigentes distritais do partido surge na sequência das críticas que foram feitas a Rui Rio no Conselho Nacional da semana passada, sobretudo pelos ataques que fez aos adversários internos e pela 'colagem' à chamada "taxa Robles". Mas foram sobretudo as reservas manifestadas no próprio núcleo duro de Rio, durante a reunião da Comissão Política Nacional, e que se tornaram públicas, que mais incomodaram a direção social-democrata e as estruturas que agora expressam apoio público ao líder.