Ryanair: Marcelo, Costa e Ferro "todos sabem e têm responsabilidade"

A presidente do Sindicado Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, Luciana Passo, acusa as mais altas autoridades nacionais de nada terem feito até agora perante o relato dos casos que classifica como pressões aos trabalhadores da Ryanair
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Luciana Passo, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, denuncia pressões aos trabalhadores da Ryanair e lamenta que as altas autoridades nacionais ainda não tenham feito nada para alterar a situação que se vive na companhia aérea de baixo custo.

"São sistematicamente chamados a Dublin, aos recursos humanos", para serem confrontados com questões, como por exemplo "porque é que não vendeu, porque é que faltou, o que é que lhe está a acontecer? Isto não pode continuar assim", relata Luciana Passo ao DN, em Bruxelas, alertando também para certo tipo de ameaças.

"Vamos supor que [o trabalhador] até é português e está baseado em Lisboa ou no Porto - [dizem-lhe] 'Olhe que não está a atingir os objetivos que a empresa propõe que cada tripulante atinja, portanto, muito provavelmente vai para a Polónia'", contou.

Perante o relato destes casos que "todos conhecem", do Governo, até à Assembleia da República e mesmo pela Presidência da República, Luciana Passo lamenta a falta de iniciativa, quando considera que "todos tem responsabilidade".

"Sei que houve pelo menos dois grupos parlamentares que fizeram uma pergunta ao Governo sobre o que se passava com a Ryanair. Já foi em março e ainda não obtiveram resposta", disse, frisando que "todos sabem e todos têm uma responsabilidade neste assunto", que já foi levado a Belém, para que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também estivesse a par da situação.

"Fomos recebidos por dois assessores [do Presidente da República]. Explicámos várias coisas. Não falámos só da Ryanair. Tomaram bom conhecimento", afirmou, admitindo que "gostaria que [Marcelo] tivesse pelo menos, como representante de todos os portugueses, questionado outros órgãos de soberania sobre o que é que podia ser feito ou o que é que estava a ser feito" em relação ao caso.

Os tripulantes de cabine da Ryanair anunciaram esta quinta-feira uma greve em vários países europeus, para os dias 25 e 26 deste mês, pretendendo com isso obrigar a empresa a aplicar as leis dos países em que opera, para desenhar os contratos de trabalho e não as leis irlandesas, onde a empresa tem a sua sede.

Em Bruxelas.

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