"Rússia pode interferir em todas as eleições"
Foi condenada até 2045, mas Barack Obama comutou grande parte da pena de Chelsea Manning, nascida Bradley Manning, e que havia sido condenada em 2010. A militar transexual foi condenada a 35 anos de prisão depois de ter revelado informações e segredos à Wikileaks e à imprensa.
Agora, devido à atitude do ex-Presidente dos Estados Unidos da América, Chelsea Manning sairá da prisão já em maio. Quem se congratula com o facto é Vincent J. Ward, advogado da ex-soldado, que acha justa a decisão.
O advogado defende que agora, mais do que nunca, com a chegada de Donald Trump ao poder, é necessário lutar pelos direitos humanos e combater novas ameaças como as questões cibernéticas. Como exemplo, refere o papel da Rússia nas recentes eleições norte-americanas.
"Se a Rússia interferiu nas nossas eleições, pode fazê-lo em qualquer outra parte do mundo. Por isso agora é preciso proteger o sistema eleitoral, os jornalistas que publicam a verdade, e assegurar que todas as pessoas são educadas para perceber todas as táticas de manipulação que estão a ser utilizadas", refere Ward ao Huffington Post.
Ward deixou casos sobre os quais giravam grandes quantias de dinheiro para se dedicar a casos mais humanos. Defende que é "um representante do sonho americano" e que a sua vida "voltou a fazer sentido". O advogado traz no sangue as dificuldades de várias vidas, sendo descendente de refugiados, imigrantes europeus e escravos.
Sobre o indulto que Obama deu a Chelsea Manning, acha que foi justo e duvida que Donald Trump agisse da mesma maneira. "Existiam muitas razões para haver o indulto presidencial. Foi uma sentença injusta. Chelsea assumiu a sua responsabilidade e declarou-se culpada a troco de nada. Além disso, estava a atravessar um momento pessoal difícil. Salvou-lhe a vida", acrescenta.
Chelsea Manning tentou o suicídio por duas vezes em 2016. Apesar de a legislação já prever que o exército pague determinadas operações, entre as quais de mudança de sexo, Chelsea Manning poderá perder esse direito devido à sua libertação e ao facto de sair do exército.