O chefe do serviço de informações britânico MI5, Andrew Parker, preveniu na segunda-feira que a Federação Russa está a agir de "forma crescentemente agressiva" e a utilizar novas tecnologias na sua oposição ao Ocidente.."Está a utilizar a totalidade do leque dos órgãos e poderes do Estado para realizar a sua política externa de uma forma crescentemente agressiva, envolvendo propaganda, espionagem, subversão e ataques informáticos"..Os russos "estão a trabalhar na Europa e no Reino Unido. É papel do MI5 atravessar-se no seu caminho", disse Parker, ao diário Guardian. O diretor-geral do ramo doméstico dos serviços de informações britânico falou depois de aviões de guerra do Reino Unido terem, no início de outubro, acompanhado um grupo de aviões de combate afeto ao porta-aviões que atravessou o Mar do Norte, em rota para o Mediterrâneo oriental. O ministro da Defesa, Michael Fallon, disse que a expedição naval russa foi "claramente para testar" as capacidades britânicas e da NATO. No último mês, o Reino Unido despachou aviões de combate de uma base aérea na Escócia quando dois aviões bombardeiros russos se aproximaram, sem entrar, no espaço aéreo britânico. Parker disse que a Federação Russa tem estado a posicionar-se contra o Ocidente e a usar métodos não tradicionais para tal. "A Federação Russa parece que se está a definir por oposição ao Ocidente e parece estar a agir conformemente. Isto pode ser visto no terreno, com as atividades da Federação Russa na Ucrânia e Síria", precisou. "Mas também há uma atividade elevada, fora de vista, com as ameaças informáticas. A Federação Russa tem sido uma ameaça coberta desde há décadas. O que é diferente nestes dias é que há cada vez mais métodos disponíveis", acrescentou Parker. Os comentários deste espião chefe seguem-se às acusações feitas pelos EUA à Federação Russa de interferência nas próximas eleições presidenciais, pirateando as instituições políticas norte-americanas, acusações que o Kremlin tem rejeitado repetidamente. Um ponto focal de tensão das relações entre a Federação Russa e o Ocidente tem sido a Síria, onde Moscovo está a apoiar o regime do Presidente Bashar al-Assad. O conflito sírio começou em março de 2011 e já provocou a morte a mais de 300 mil pessoas, com os combates atualmente centrados na segunda cidade do país, Alepo.