Rui Rio: "Quem discorda estruturalmente do partido, obviamente que deve sair"
A decisão de Luís Montenegro em se candidatar à liderança do PSD, levou a que Rui Rio convocasse uma reunião extraordinária do Conselho Nacional para votar uma moção de censura. Antes, em entrevista publicada na revista Notícias Magazine, do JN, parecia que essa decisão estava longe.
Rui Rio não se arrepende de se ter candidatado a presidente do PSD, apesar da contestação interna. "Se perguntar: contava com dificuldades? Sim, muitas. Contava com tanta resistência interna? Não. Contava com alguma, mas não contava com tanta. Se me candidato a líder do partido, depois a primeiro-ministro, para mudar um sistema contra o qual de certa forma estou, não vou recuar perante as críticas do próprio sistema que quero mudar. É lógico que o sistema resista quando se pretende mudar, como é evidente".
Reafirma que os que o criticam dentro do partido deveriam sair: "...quem discorda estruturalmente do partido, obviamente que deve sair. Há atualmente e na sociedade portuguesa notoriamente e um pouco em crescendo um espaço à direita do PSD com uma visão muito liberal, não social-democrata. Quando é assim, já estamos num patamar ideológico".
Em relação ao seu papel enquanto líder da Oposição queixa-se que a oposição interna o tem desviado do seu principal objetivo: apontar os erros do Governo. "Se depois há ruído que abafa um bocado essa minha atividade, isso não depende de mim. Mas não tenho perdido tempo em lutas interna. Tenho feito sempre a comunicação para fora".
Uma das perguntas dos jornalistas do JN diz respeito às notícias de que movimentos distritais pretendiam convocar um Conselho Nacional para destituir Rui Rio, o que ele acabaria por fazer. Respondeu: "Não tenho nenhuma preocupação particular em estar agora a fazer contas, se fico, se saio. A única preocupação que tenho é ter o melhor resultado [eleitoral] possível, preferencialmente ganhar".