Do mal o menos. A seleção nacional termina a primeira participação numa Taça das Confederações no terceiro lugar depois de ontem ter vencido o México por 2-1, embora com recurso a mais um prolongamento (o quinto em seis eliminatórias nas últimas duas fases finais). Os campeões da Europa não fizeram um torneio brilhante no que diz respeito à chamada nota artística, como se comprovou no Estádio do Spartak, em Moscovo, mas voltou a ser fiel à sua matriz de equipa realista e consistente que dificilmente é apanhada em falso..Foram essas, aliás, as qualidades que permitiram conquistar o Euro 2016 e estar há 14 jogos sem perder numa fase final, isto excluindo desempates por penáltis. Aliás, desde que Fernando Santos é selecionador - completou ontem 40 partidas - apenas foi derrotado uma vez (frente à Suíça) nos 25 desafios oficiais que disputou. E a verdade é que a equipa das quinas esteve ontem bem perto de ser derrotada pelos mexicanos, valendo o desvio de Pepe no primeiro minuto de compensação após os 90" para forçar um prolongamento..Sem Cristiano Ronaldo, Fernando Santos optou por mudar um pouco o sistema da equipa, voltando a uma equipa com três médios, em que Danilo Pereira era o guarda-costas de Pizzi e João Moutinho, colocando Gelson e Nani nas alas, com André Silva sozinho no eixo do ataque. Um sistema semelhante, na sua base, ao dos mexicanos que, no entanto, quando em posse de bola faziam recuar o veterano Rafa Márquez para o meio dos centrais, para permitir o adiantamento dos laterais, que se tornavam extremos..Guarda-redes brilhantes.Este era o tal jogo que ninguém gosta de jogar e em que, habitualmente, a frustração de não estar na final se sobrepõe à motivação. Contudo, as duas equipas até se exibiram em bom plano, apesar das muitas alterações feitas pelos treinadores. O empenho superou a velocidade durante todo o jogo, com Portugal a entrar melhor e a criar algumas situações perigosas. O ponto alto foi quando o videoárbitro entrou em ação para retificar uma má decisão do árbitro saudita Fahad Al Mirdasi, pois André Silva foi derrubado na área por Rafa Márquez. Só que o ponta-de-lança permitiu então a defesa de Ochoa, aumentando para quatro o número de penáltis consecutivos falhados pela seleção (três com o Chile)..Nessa altura, a equipa nacional era impulsionada pelo dinamismo e pela inteligência de Pizzi, que revelava um grande entendimento com João Moutinho. Eram eles que, com a ajuda da irreverência de Gelson, marcavam o ritmo e criavam problemas ao adversário. Os lances de perigo sucediam-se junto das duas balizas, com os guarda-redes a brilhar. Contudo, foi só após o intervalo, já depois de uma boa oportunidade de Gelson, que Nélson Semedo deixou fugir Chicharito num lance que terminou com um autogolo de Luís Neto..A vantagem mexicana perturbou os campeões europeus nos instantes seguintes, mas um lance de Pizzi e outro de Gelson voltaram a puxar a equipa para cima. E foi quando já ninguém esperava, depois de Rui Patrício ter negado o golo a Chicharito e Carlos Vela, que Pepe fez o tal desvio salvador quando já estava a fazer de ponta-de--lança. Foi o primeiro momento de magia de Ricardo Quaresma - um cruzamento que se revelou uma assistência perfeita -, que até tinha tido uma má entrada no jogo. Mas a partida só foi para prolongamento também graças a Rui Patrício, que em cima do apito do árbitro evitou o golo de Lozano..As entradas de William e Adrien permitiram que no prolongamento Portugal fosse mais consistente, mesmo entre os seis minutos que mediaram as expulsões de Nélson Semedo e Raúl Jiménez, altura em que Portugal já estava em vantagem graças ao penálti marcado (finalmente) por Adrien..Nos instantes finais, os mexicanos tentaram tudo para chegar ao empate e fizeram Rui Patrício voltar a brilhar, a remate de Herrera. O jogo acabou com protestos dos mexicanos, sobretudo do selecionador Juan Carlos Osorio, que acabou expulso, na sequência de um lance em que Héctor Moreno caiu na área portuguesa. O lance deixou muitas dúvidas, mas a verdade é que o videoárbitro mandou seguir.