Num encontro em Monsanto, Lisboa, moderado pelo jornalista Luís Osório, António Costa discutiu com 15 personalidades independentes - que afirmaram todas que vão votar no secretário-geral do PS - temas como a cultura, o desporto, a investigação ou o ensino superior..A maratonista e campeã olímpica em 1988, Rosa Mota, também ela portuense, reiterou que não percebe "como é que as pessoas não conseguem ver o que se tentou destruir naquela cidade" quando Rui Rio a liderou.."Aquela parte, ele é que manda, que é o 'nazizinho', e o resto põe de lado. (...) Todas as pessoas que fossem figuras públicas da cidade (...) - somos pessoas queridas, modéstia à parte - para ele, era um terror", afirmou..Abordando a área do desporto, Rosa Mota mostrou-se preocupada com o "desporto infantil, desporto para todos, universitário", afirmando que Portugal está "um bocado atrasado" e se encontra na "cauda da Europa", sem que haja "razões para isso"..A maratonista considerou que "falta a juventude sentir, e os familiares também, que o desporto é essencial" no dia a dia, "quer na parte física, quer intelectual".."Eu não posso entender como é que (...) a educação física não é entendida como a disciplina de português, de matemática, que tem o seu valor. Infelizmente, em Portugal, não, até reduziram o horário da educação física", sublinhou, apelando a que se desenvolva um programa de desporto que comece nas escolas..O escritor Valter Hugo Mãe afirmou que, quando Costa foi para o Governo em 2015, o "seu sorriso sereno, mas seguro, mudou radicalmente o clima em Portugal".."Há uma primavera que tinge o discurso de António Costa, uma positividade que vem dessa segurança de ser capaz de nos transmitir confiança que mudou completamente a atmosfera em que nós vivíamos. Tínhamos estado debaixo de um Governo que nos culpava a nós, cidadãos, (...) de tudo, de todas as desgraças e que, por isso, não tinha limites em nos punir", disse..Continuando com as críticas à direita, Valter Hugo Mãe, que vive atualmente no Porto, abordou o percurso do atual líder social-democrata, Rui Rio, enquanto presidente da câmara municipal da cidade invicta, entre 2002 e 2013..Segundo o escritor, atravessou-se um "inverno cultural" na cidade durante o mandato de Rui Rio, "que trucidou, rasurou toda a cultura do Porto", falando da saída da companhia de teatro Seiva Trupe do Porto para Vila Nova de Gaia para exemplificar que "praticamente tudo se suspendeu".."Eu não consigo imaginar como é que o país não viu isso, como é que continua não conseguir ver o que se passa no Porto, ainda que o Porto tenha uns belos quilómetros quadrados, porque se tivessem visto isso, não poderiam jamais propor que uma coisa dessas acontecesse ao nível do país inteiro", salientou..Do seu lado, a atriz Maria do Céu Guerra frisou que, durante a resposta à pandemia, não queria pensar no "que seria a resposta de um Passos Coelho, de um PSD, o que seria o desconcerto e o desespero das pessoas ao sentirem-se não amadas, não respeitadas"..A atriz sublinhou que, durante a pandemia, quando começou a contactar a ministra da Cultura, Graça Fonseca, percebeu que havia uma "vontade de perceber o que é que se passava no setor do teatro", com a "intermitência, com a não qualificação profissional" ou com a "ligação da escola às artes".."Fico muito contente que isto tenha acontecido num Governo de António Costa", afirmou, com o também primeiro-ministro a responder que, infelizmente, não pode dizer o mesmo, perante as gargalhadas do painel.