Ronaldo chamado a depor no caso Kathryn Mayorga

Norte-americana acusa o português de a ter violado numa suíte de um hotel em Las Vegas, no verão de 2009. Jogador nega a acusação e recebeu agora a notificação para depor perante a justiça nos EUA
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Cristiano Ronaldo já foi notificado pela justiça norte-americana no âmbito do caso Kathryn Mayorga. A agência France Press avança que o futebolista, de 34 anos, recebeu, em mãos, a notificação, de acordo com os documentos que foram entregues na sexta-feira pelos seus advogados num Tribunal Federal do Nevada.

Segundo a documentação apresentada pelos advogados do português, o jogador da Juventus recebeu a notificação para depor perante a justiça norte-americana, o que vai permitir que o processo avance, refere a France Press, Em janeiro, a polícia de Las Vegas já tinha solicitado às autoridades italianas uma amostra do ADN do futebolista, um procedimento habitual neste tipo de casos.

Ao DN, a sociedade de advogados que representa Cristiano Ronaldo, a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, optou por não comentar o caso.

O jogador está a ser investigado por uma alegada violação, que terá ocorrido no verão de 2009. Foi acusado a 27 de setembro do ano passado de ter abusado sexualmente de Kathryn Mayorga numa suíte de um hotel em Las Vegas.

Na queixa que foi apresentada, a norte-americana afirma que Cristiano Ronaldo a forçou a ter relações sexuais e confessa que inicialmente os dois chegaram a um acordo para que não se falasse do assunto. O futebolista negou todas as acusações em 2018.

Queixa foi transferida para um tribunal federal

A queixa de violação de Kathryn Mayorga contra o capitão da Seleção Nacional foi recentemente transferida do tribunal do Estado do Nevada para um tribunal federal no mesmo estado. Uma decisão da defesa da norte-americana que surge devido a alegadas dificuldades em notificar o jogador.

A queixa deu entrada a 28 de janeiro num tribunal federal do Nevada e Cristiano Ronaldo foi agora notificado a comparecer perante a justiça norte-americana.

De acordo com o site especializado em notícias de celebridades, TMZ, a equipa de advogados do futebolista respondeu ao processo com a entrada de um pedido de autorização para anexar um documento de 46 páginas, que, presumivelmente, expõe os argumentos para que este caso seja arquivado.

Na altura em que a alegada violação terá ocorrido, há 10 anos, Mayorga apresentou queixa na polícia, mas não identificou o agressor. O caso foi noticiado pela primeira vez em 2017 pela revista Der Spiegel, quando foram revelados documentos pela plataforma digital Football Leaks. No ano passado, a revista alemã publicava uma entrevista de Kathryn Mayorga e o mundo ficava a saber os pormenores da alegada violação e que o caso contra Ronaldo tinha sido reaberto.

Na queixa, a norte-americana assume que, em 2010, tinha chegado a acordo com o jogador e que este lhe tinha pago 375 mil dólares (322 mil euros) pelo seu silêncio. Um acordo que a defesa de Mayorga não considera válido porque foi assinado numa altura em que ela estava fragilizada emocionalmente. Os advogados, no processo que entregaram no tribunal, justificam a nulidade do acordo com a falta de capacidade da sua cliente em assinar o contrato e que terá sido coagida a assinar o documento pelos representantes do português.

"Sexo consensual", diz Cristiano Ronaldo que nega acusações

Na queixa apresentada em 2018, Kathryn nomeia um total de 11 queixas, entre as quais coação, abuso de pessoa vulnerável e inflação intencional de stress emocional. Um dos objetivos do processo passava por declarar o acordo de confidencialidade nulo. Para Ronaldo, a maior dificuldade da queixa não seria um eventual pedido de indemnização, mas sim uma acusação de violação que em julgamento poderia terminar com uma pena de prisão.

O futebolista sempre negou as acusações e garantiu que o "sexo foi consensual". Em comunicado, os advogados referiram, na altura, que iria ser pedida "uma indemnização por danos morais num valor correspondente à gravidade da infração, que é, provavelmente, uma das mais sérias violações de direitos pessoais nos últimos anos".

Consideraram ainda que a informação contida no artigo da Der Spiegel era "flagrantemente ilegal" e que violava "os direitos pessoais" de Cristiano Ronaldo de uma "forma excecionalmente séria".

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