Rodrigo Rato vai cumprir pena na mesma prisão que Pujol, Bárcenas e os Jordis

Antigo diretor do FMI e ex-ministro da Economia espanhol pediu "perdão à sociedade antes de antes de dar entrada na prisão de Soto del Real, em Madrid, para cumprir uma pena de quatro anos e meio pelo delito de corrupção
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"Peço perdão à sociedade e às pessoas que se possam sentir dececionadas ou afetadas", disse Rodrigo Rato aos jornalistas que o aguardavam à porta da prisão de Soto del Real.

O ex-diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) explicou que assume os "erros cometidos" e aceita as suas "obrigações" para com a sociedade, numa alusão à pena de prisão confirmada há três semanas pelo Tribunal Supremo.

Rodrigo Rato foi condenado pelo seu envolvimento no escândalo financeiro dos "cartões black" do banco Caja Madrid.

O ex-banqueiro, de 69 anos, tinha sido condenado inicialmente em fevereiro de 2017 pelo desvio de fundos da Caja Madrid, que agora se chama Bankia, entidade que presidiu de 2010 a 2012.

Mais de mil celas

Em Soto del Real, Rodrigo Rato vai juntar-se a outros prisioneiros famosos. Entre eles, o empresário Jordi Pujol Ferusola, que ali ingressou em abril de 2017, após ter sido condenado por branqueamento de capitais e evasão fiscal, Luis Bárcenas, o ex-tesoureiro do PP condenado a 33 anos de prisão por corrupção, ou Jordi Sànchez e Jordi Cuixart, os ativistas catalães pró-independência, acusados de sedição.

Soto del Real tem mais de mil celas. No caso de detidos por crimes de colarinho branco, ficam geralmente em celas com 10 metros quadrados com duche e casa de banho própria. Pode ainda levar com eles uma mesa de estudo e uma televisão.

"Cartões black"

O escândalo dos "cartões black" (negro em inglês, a cor dos cartões de crédito) era um esquema que a Caja Madrid dava aos seus dirigentes e pessoas de confiança, para pagar despesas pessoais sem limite e sem declarar nada ao fisco.

A sentença sustenta que Rato "manteve e desenvolveu um sistema perverso desde sua origem", tendo as dezenas de acusados no processo gastado mais de 12 milhões de euros, dos quais 2,6 milhões durante os anos em que Rodrigo Rato dirigiu a instituição.

Rodrigo de Rato foi membro do Partido Popular (direita) que o expulsou na sequência deste escândalo financeiro.

O economista foi vice-presidente e ministro da Economia do Governo de José María Aznar, entre 1996 a 2004, e diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), de junho de 2004 até junho de 2007.

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