Rio não exclui dar pasta da Defesa ao CDS-PP

O presidente do PSD voltou a acusar António Costa de não querer reformar nada, mas disse esperar que "dentro do PS haja quem queira e provoque alguma turbulência".
Publicado a
Atualizado a

O presidente do PSD não excluiu esta quinta-feira que, num eventual Governo de centro-direita, a pasta da Defesa possa ser atribuída ao CDS-PP, como defendeu Francisco Rodrigues dos Santos.

No final de uma ação de rua em Bragança, Rui Rio voltou a ser questionado sobre a sua ausência do debate das rádios, depois de ter sido acusado pelo líder do PS, António Costa, de "desertar".

"Há uma diferença entre o que dr. António Costa está a fazer e o que eu estou a fazer: eu não tenho sequer tempo para dedicar um dia a cada distrito, dedico meio dia a cada um, e um a Lisboa e Porto. O dr. António Costa passa pelos distritos e diz duas ou três coisas só para dizer que esteve, por isso não tem qualquer problema em ir ao debate", afirmou.

Rio voltou a justificar que se fosse ao debate, que decorreu entre as 09:00 e as 11:00 em Lisboa, "não punha os pés" em Bragança e Vila Real.

"São opções, as pessoas julgarão", afirmou.

Questionado sobre o desejo do líder do CDS-PP, hoje reafirmado no debate, de que o partido pudesse voltar a ter a pasta da Defesa, Rio não excluiu essa hipótese.

"É uma questão de se ver, não seria a primeira vez que o CDS tinha o Ministério da Defesa, como sabemos", afirmou.

Rio reiterou que, vencendo as eleições sem maioria, começaria a negociar primeiro com o CDS, parceiro "tradicional", e depois com a IL, "um partido novo e que pode vir a ter ou não uma representação parlamentar significativa".

Questionado se irá reforçar os cuidados contra a covid-19 - se algum candidato ficar infetado a partir de sexta-feira ficará em isolamento até ao final da campanha -, Rio disse que irá manter o que tem feito, embora admitindo que "anda em cima da linha em termos de risco".

"Mas o que posso fazer, usar três máscaras, não fazer campanha?", questionou.

Rui Rio acrescentou que, além de já ter as três doses da vacina, toma suplementos "para reforçar o sistema imunitário".

O presidente do PSD voltou hoje a acusar António Costa de não querer reformar nada, mas disse esperar que "dentro do PS haja quem queira e provoque alguma turbulência".

Rui Rio falava aos jornalistas no final de uma ação de rua em Bragança e, a propósito do debate das rádios, pronunciou-se sobre uma falta de vontade do secretário-geral do PS, António Costa, de alterar a Constituição ou a lei eleitoral.

Tal como tem dito nos últimos anos, o líder do PSD referiu que há reformas necessárias em vários setores da sociedade "que estão enquistados" e que só se podem fazer com os votos dos dois maiores partidos.

"Temos de ter coragem, o PS não quer... Olhe, só posso fazer a campanha que faço, e se o PS não quer, que pelo menos dentro do PS haja quem queira, e provoque alguma turbulência e acabemos por ter um PS com uma atitude mais reformista", afirmou.

"Sem essa atitude, não mudamos o país e andamos a discutir 1% do IRS ou do IRC", lamentou.

Questionado se já espera pelo sucessor de António Costa, Rui Rio riu-se e disse apenas: "Não estou à espera, nem deixo de estar. O que eu disse foi que corremos o risco de isso acontecer".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt